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Lessa anuncia que sairá do PMDB
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O destino do economista e reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Carlos Lessa, deve mesmo ser o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele
afirmou ontem que irá se desligar
do seu partido, o PMDB.
Segundo Lessa, a decisão de se
desfiliar do PMDB foi tomada depois que leu declarações da cúpula do partido de que ele não seria
um nome do PMDB na composição do governo Lula.
Lessa estava cotado para o Ministério do Planejamento, mas,
como a cúpula do PMDB não o vê
como um homem a preencher
uma das possíveis cotas do partido no ministério, suas chances no
Planejamento são menores.
"Eu sou do PMDB de Ulysses
Guimarães, de Severo Gomes e de
Renato Archer. Todos já morreram, mas este é o meu PMDB. Como a cúpula atual não me considera um nome do partido, vou
pedir na semana que vem para
anular meu registro", disse Lessa,
após inaugurar, ontem, no hospital da UFRJ, dois equipamentos
no setor de radiologia.
Como não será mais filiado ao
partido, o destino mais provável
de Lessa deixa de ser o Planejamento e passa a ser a presidência
do BNDES. Com isso, ele não precisará se mudar para Brasília, já
que o órgão fica no Rio de Janeiro.
A presidência do BNDES é um
dos cargos mais importantes da
área econômica do governo. O
banco teve, neste ano, um orçamento de R$ 28 bilhões, maior do
que o orçamento da maioria dos
ministérios. O banco é vinculado
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
que será ocupado pelo empresário Luiz Fernando Furlan.
O reitor está evitando falar sobre sua provável nomeação, mas
quase toda a comunidade acadêmica da UFRJ já dá como certo
que, até o fim desta semana, ele irá
renunciar ou se desligar do cargo
para assumir uma função no futuro governo petista.
Nesta semana, Lessa agendou
reuniões com representantes da
comunidade acadêmica para explicar os motivos de sua saída e as
soluções que encaminhará para a
universidade.
A dúvida é saber quem passará
a comandar a universidade. A solução que mais preocupa parte da
comunidade acadêmica é o governo federal indicar um reitor
por um período temporário.
Lessa foi eleito reitor com 90%
dos votos, visto como o nome que
iria pacificar a UFRJ. A universidade passou por turbulências políticas internas nos últimos quatro
anos, quando o governo federal
nomeou como reitor José Henrique Vilhena, candidato menos
votado e que sofreu forte rejeição,
principalmente por parte de sindicatos e alunos.
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