São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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Lessa anuncia que sairá do PMDB

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O destino do economista e reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Carlos Lessa, deve mesmo ser o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ele afirmou ontem que irá se desligar do seu partido, o PMDB.
Segundo Lessa, a decisão de se desfiliar do PMDB foi tomada depois que leu declarações da cúpula do partido de que ele não seria um nome do PMDB na composição do governo Lula.
Lessa estava cotado para o Ministério do Planejamento, mas, como a cúpula do PMDB não o vê como um homem a preencher uma das possíveis cotas do partido no ministério, suas chances no Planejamento são menores.
"Eu sou do PMDB de Ulysses Guimarães, de Severo Gomes e de Renato Archer. Todos já morreram, mas este é o meu PMDB. Como a cúpula atual não me considera um nome do partido, vou pedir na semana que vem para anular meu registro", disse Lessa, após inaugurar, ontem, no hospital da UFRJ, dois equipamentos no setor de radiologia.
Como não será mais filiado ao partido, o destino mais provável de Lessa deixa de ser o Planejamento e passa a ser a presidência do BNDES. Com isso, ele não precisará se mudar para Brasília, já que o órgão fica no Rio de Janeiro.
A presidência do BNDES é um dos cargos mais importantes da área econômica do governo. O banco teve, neste ano, um orçamento de R$ 28 bilhões, maior do que o orçamento da maioria dos ministérios. O banco é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que será ocupado pelo empresário Luiz Fernando Furlan.
O reitor está evitando falar sobre sua provável nomeação, mas quase toda a comunidade acadêmica da UFRJ já dá como certo que, até o fim desta semana, ele irá renunciar ou se desligar do cargo para assumir uma função no futuro governo petista.
Nesta semana, Lessa agendou reuniões com representantes da comunidade acadêmica para explicar os motivos de sua saída e as soluções que encaminhará para a universidade.
A dúvida é saber quem passará a comandar a universidade. A solução que mais preocupa parte da comunidade acadêmica é o governo federal indicar um reitor por um período temporário.
Lessa foi eleito reitor com 90% dos votos, visto como o nome que iria pacificar a UFRJ. A universidade passou por turbulências políticas internas nos últimos quatro anos, quando o governo federal nomeou como reitor José Henrique Vilhena, candidato menos votado e que sofreu forte rejeição, principalmente por parte de sindicatos e alunos.


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