São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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Empresa de Furlan deve ao BNDES

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Sadia, empresa que tem o futuro ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, como presidente do seu Conselho de Administração, devia ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) R$ 561,03 milhões no dia 30 de setembro deste ano, data do último demonstrativo financeiro divulgado pela empresa.
O BNDES, principal agência de financiamentos do país, é 100% estatal e subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, que será comandado por Furlan.
O banco não forneceu informações sobre a dívida da Sadia, argumentando que os dados estão protegidos pela legislação brasileira sobre sigilo bancário.
Segundo dados financeiros que estão no site da Sadia, a dívida da empresa com o BNDES cresceu 32,8% entre os dias 31 de dezembro do ano passado, quando era de R$ 422,32 milhões, e 30 de setembro deste ano. A dívida está dividida em duas partes. A menor delas somava R$ 100,1 milhões em setembro e era denominada em moeda estrangeira.
Sua remuneração era composta pela variação de uma cesta de moedas, mais 3,5% ao ano. Essa parte da dívida cresceu 51,42% nos nove primeiros meses deste ano. Em dezembro de 2001 ela somava R$ 66,11 milhões.
A outra parcela é em moeda nacional e somava R$ 460,93 milhões em setembro, com um aumento de 29,4% sobre os R$ 356,21 milhões que somava em dezembro do ano passado.
Essa parcela tinha seu custo baseado na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), a taxa de juros básica dos empréstimos do BNDES (atualmente em 10% ao ano), somada a um complemento que variava de 1,29% a 3,49%, dependendo do tipo de operação.
Ainda de acordo com os dados da Sadia, os empréstimos em moeda nacional estavam relacionados com "linhas de crédito para investimentos e incremento de exportações" com vencimento entre 2002 e 2008.
A maior parcela, no valor de R$ 357,86 milhões, era referente a financiamentos a exportações e tinha o menor custo de financiamento (TJLP mais 1,29%).
A parcela menor, no valor de R$ 19,74 milhões, correspondia a empréstimos da Finame, agência do BNDES que empresta recursos para a aquisição de máquinas e equipamentos.
A dívida de longo prazo total da Sadia somava R$ 1,227 bilhão no último dia 30 de setembro. A Folha não conseguiu, até o final da tarde de ontem, falar com a Sadia para obter detalhes sobre a dívida.


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