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Empresa de Furlan deve ao BNDES
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A Sadia, empresa que tem o futuro ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, como
presidente do seu Conselho de
Administração, devia ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) R$
561,03 milhões no dia 30 de setembro deste ano, data do último
demonstrativo financeiro divulgado pela empresa.
O BNDES, principal agência de
financiamentos do país, é 100%
estatal e subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, que será
comandado por Furlan.
O banco não forneceu informações sobre a dívida da Sadia, argumentando que os dados estão
protegidos pela legislação brasileira sobre sigilo bancário.
Segundo dados financeiros que
estão no site da Sadia, a dívida da
empresa com o BNDES cresceu
32,8% entre os dias 31 de dezembro do ano passado, quando era
de R$ 422,32 milhões, e 30 de setembro deste ano. A dívida está
dividida em duas partes. A menor
delas somava R$ 100,1 milhões em
setembro e era denominada em
moeda estrangeira.
Sua remuneração era composta
pela variação de uma cesta de
moedas, mais 3,5% ao ano. Essa
parte da dívida cresceu 51,42%
nos nove primeiros meses deste
ano. Em dezembro de 2001 ela somava R$ 66,11 milhões.
A outra parcela é em moeda nacional e somava R$ 460,93 milhões em setembro, com um aumento de 29,4% sobre os R$
356,21 milhões que somava em
dezembro do ano passado.
Essa parcela tinha seu custo baseado na TJLP (Taxa de Juros de
Longo Prazo), a taxa de juros básica dos empréstimos do BNDES
(atualmente em 10% ao ano), somada a um complemento que variava de 1,29% a 3,49%, dependendo do tipo de operação.
Ainda de acordo com os dados
da Sadia, os empréstimos em
moeda nacional estavam relacionados com "linhas de crédito para
investimentos e incremento de
exportações" com vencimento
entre 2002 e 2008.
A maior parcela, no valor de R$
357,86 milhões, era referente a financiamentos a exportações e tinha o menor custo de financiamento (TJLP mais 1,29%).
A parcela menor, no valor de R$
19,74 milhões, correspondia a empréstimos da Finame, agência do
BNDES que empresta recursos
para a aquisição de máquinas e
equipamentos.
A dívida de longo prazo total da
Sadia somava R$ 1,227 bilhão no
último dia 30 de setembro. A Folha não conseguiu, até o final da
tarde de ontem, falar com a Sadia
para obter detalhes sobre a dívida.
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