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SÃO PAULO
Governador reeleito nomeia três políticos ligados a Serra e FHC que, segundo ele, "têm estatura de ministro"
Alckmin anuncia secretários "nacionais"
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Interessado em dar status ministerial à sua equipe, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nomeou ontem três
novos secretários que farão parte
de seu governo a partir de 2003.
O deputado federal Arnaldo
Madeira (PSDB-SP), 62, será o
novo secretário da Casa Civil. A
pasta ganhará força e peso político a partir do próximo ano, quando incorporará as funções da
atual Secretaria de Governo.
Para Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Alckmin chamou João
Carlos de Souza Meirelles, 67. Secretário estadual da Agricultura,
Meirelles afastou-se do cargo para
coordenar a campanha de Alckmin à reeleição.
Andrea Calabi, 57, que presidiu
o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), irá assumir a Secretaria de
Economia e Planejamento.
A indicação de Calabi partiu do
senador tucano José Serra. O candidato derrotado do PSDB à Presidência também participa do
processo de escolha do futuro secretário da Saúde.
"Todos têm estatura de ministro", afirmou o governador. "Mas
a escolha foi basicamente eleger
as pessoas certas para os lugares
certos. Escolhi pela competência e
pelos predicados de cada um",
completou Alckmin, que pretende anunciar novos secretários na
próxima semana.
De uma maneira geral, todos os
escolhidos por Alckmin fazem
parte do grupo de apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso e trabalharam direta ou indiretamente na fracassada campanha
de Serra à Presidência.
Após sua vitória nas eleições,
Alckmin afirmou que não faria
grandes mudanças em sua equipe
de governo. "Afinal, fomos aprovados nas urnas." Mas, nos bastidores, defendeu a formação de
um secretariado com peso político e visibilidade ministerial.
Após a eleição, Alckmin conquistou um espaço próprio dentro de seu partido. Deixou de ser o
vice de Mário Covas, governador
morto em março de 2001, e se colocou, ao lado do governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves,
como um dos principais nomes
dentro do PSDB.
Casa Civil
Ao anunciar o nome de Madeira, Alckmin revelou que a atual
Secretaria de Governo será absorvida pela Casa Civil. Na prática,
todas as ações do governo estadual nas negociações com os parlamentares, partidos políticos e
com o governo federal ficarão nas
mãos de uma única pessoa.
O atual secretário de governo,
Dalmo do Valle Nogueira Filho,
segundo Alckmin, não será desligado do governo. Ele ficará responsável pelo "governo eletrônico", uma função não especificada
pelo governador, mas que ficará
subordinada à Casa Civil. "No governo eletrônico, Dalmo vai cuidar, por exemplo, da implantação
do padrão Poupatempo nas ações
do governo", disse Alckmin.
Madeira, como líder do governo
na Câmara, foi peça importante
nos acordos do governo federal
com a Câmara de Deputados.
Na Secretaria de Economia e
Planejamento, o economista Andrea Calabi, que já foi secretário
do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (1986-1988) e foi
presidente do Banco do Brasil, terá contatos com a iniciativa privada. Ele ocupará o lugar de Jacques
Marcovitch.
Meirelles, que irá substituir Ruy
Altenfelder na Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento
Econômico e Turismo, faz parte
do grupo histórico do PSDB paulista ao qual também pertence
FHC. Covas e o ministro das Comunicações Sérgio Motta, morto
em abril de 1998, também faziam
parte desse grupo.
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