São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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SÃO PAULO

Governador reeleito nomeia três políticos ligados a Serra e FHC que, segundo ele, "têm estatura de ministro"

Alckmin anuncia secretários "nacionais"

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Interessado em dar status ministerial à sua equipe, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nomeou ontem três novos secretários que farão parte de seu governo a partir de 2003.
O deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB-SP), 62, será o novo secretário da Casa Civil. A pasta ganhará força e peso político a partir do próximo ano, quando incorporará as funções da atual Secretaria de Governo.
Para Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Alckmin chamou João Carlos de Souza Meirelles, 67. Secretário estadual da Agricultura, Meirelles afastou-se do cargo para coordenar a campanha de Alckmin à reeleição.
Andrea Calabi, 57, que presidiu o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), irá assumir a Secretaria de Economia e Planejamento.
A indicação de Calabi partiu do senador tucano José Serra. O candidato derrotado do PSDB à Presidência também participa do processo de escolha do futuro secretário da Saúde.
"Todos têm estatura de ministro", afirmou o governador. "Mas a escolha foi basicamente eleger as pessoas certas para os lugares certos. Escolhi pela competência e pelos predicados de cada um", completou Alckmin, que pretende anunciar novos secretários na próxima semana.
De uma maneira geral, todos os escolhidos por Alckmin fazem parte do grupo de apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso e trabalharam direta ou indiretamente na fracassada campanha de Serra à Presidência.
Após sua vitória nas eleições, Alckmin afirmou que não faria grandes mudanças em sua equipe de governo. "Afinal, fomos aprovados nas urnas." Mas, nos bastidores, defendeu a formação de um secretariado com peso político e visibilidade ministerial.
Após a eleição, Alckmin conquistou um espaço próprio dentro de seu partido. Deixou de ser o vice de Mário Covas, governador morto em março de 2001, e se colocou, ao lado do governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves, como um dos principais nomes dentro do PSDB.

Casa Civil
Ao anunciar o nome de Madeira, Alckmin revelou que a atual Secretaria de Governo será absorvida pela Casa Civil. Na prática, todas as ações do governo estadual nas negociações com os parlamentares, partidos políticos e com o governo federal ficarão nas mãos de uma única pessoa.
O atual secretário de governo, Dalmo do Valle Nogueira Filho, segundo Alckmin, não será desligado do governo. Ele ficará responsável pelo "governo eletrônico", uma função não especificada pelo governador, mas que ficará subordinada à Casa Civil. "No governo eletrônico, Dalmo vai cuidar, por exemplo, da implantação do padrão Poupatempo nas ações do governo", disse Alckmin.
Madeira, como líder do governo na Câmara, foi peça importante nos acordos do governo federal com a Câmara de Deputados.
Na Secretaria de Economia e Planejamento, o economista Andrea Calabi, que já foi secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (1986-1988) e foi presidente do Banco do Brasil, terá contatos com a iniciativa privada. Ele ocupará o lugar de Jacques Marcovitch.
Meirelles, que irá substituir Ruy Altenfelder na Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, faz parte do grupo histórico do PSDB paulista ao qual também pertence FHC. Covas e o ministro das Comunicações Sérgio Motta, morto em abril de 1998, também faziam parte desse grupo.


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