São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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MST receberá R$ 1 milhão do Brasil Sem Fome

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Assentamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) vão dividir R$ 1 milhão liberados pelo Fundo Brasil Sem Fome para produzir feijão ainda na chamada ""safrinha de verão", com plantio a partir de janeiro. A idéia é que quatro meses depois, o resultado da colheita seja distribuído em bolsões de pobreza do país.
A liberação do recurso fará parte de um projeto-piloto de estímulo à produção de feijão e arroz para erradicação da fome, a ser implementado paralelamente ao Fome Zero.
O projeto foi aprovado ontem, na primeira reunião do Conselho Estratégico do fundo, entidade derivada da ONG Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida, realizada em Curitiba.
Criado há dez anos pelo sociólogo Herbert de Souza, o movimento arrecadou neste ano cerca de R$ 600 mil em doações telefônicas, segundo estimativa do coordenador Maurício Andrade.
A parte do bolo que seguirá aos assentamentos para o plantio de feijão será retirada das doações em dinheiro da campanha deste ano. João Pedro Stedile, da cúpula nacional do MST, disse que o projeto pode atender até 100 mil famílias.
O estímulo à produção de alimentos foi uma das propostas práticas tiradas da primeira reunião do conselho estratégico do fundo. O encontro realizado na Pastoral da Criança, em Curitiba, indicou o bispo de Mariana e ex-presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) dom Luciano Mendes de Almeida como presidente da entidade.
Dela também participam o professor Plínio de Arruda Sampaio e a coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, além de dirigentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST. Executivos e profissionais de órgãos públicos também integram o movimento. Segundo Sampaio, o conselho não pretende ditar caminhos ao futuro governo, mas fazer sugestões.


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