São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

85% dos projetos aprovados pelos deputados são do governo federal

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal foi o autor de 85% dos principais projetos aprovados neste ano pelo plenário da Câmara dos Deputados. O índice, superior aos 57% registrados em 2003, é explicado pelo aumento da edição de medidas provisórias por parte do Palácio do Planalto e pela diminuição da aprovação de projetos de lei, normalmente elaborados pelos congressistas.
Das 126 principais propostas votadas e aprovadas (a conta não inclui decretos legislativos e projetos de resolução), apenas 19 não foram elaboradas pelo Executivo.
O balanço de 2004 divulgado ontem pela Câmara mostra que os deputados aprovaram 88 medidas provisórias, contra 57 em 2003, primeiro ano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva. As MPs têm força de lei.
O excesso de MPs foi motivo de crítica de oposicionistas e governistas, que disseram não ver em muitas delas nem urgência nem relevância, critérios constitucionais para a edição das medidas.
Entre outras coisas, o governo editou e a Câmara aprovou MPs que reestruturavam carreiras do funcionalismo, que reaplicavam recursos do Executivo e que autorizavam ajuda a outros países.
Já os projetos de lei, projetos de lei complementar e propostas de emenda à Constituição aprovadas somam 38, contra 82 do ano passado. Dos 38, metade são propostas de iniciativa do Executivo.

Recesso branco
A explicação dos governistas para a redução de 82 para 38 é que as eleições municipais causaram uma espécie de recesso branco entre agosto e outubro deste ano.
Além disso, eles dizem que as MPs foram responsáveis por parte dos problemas, já que elas evitam qualquer outra votação caso não sejam analisadas em 45 dias após sua edição.
O fato é que a baixa aprovação de projetos de lei se deu também devido à rebelião que o governo enfrentou durante boa parte do ano por parte dos partidos aliados PMDB, PTB, PP e PL, que cobravam maior liberação de recursos para as emendas que eles fizeram ao orçamento.
Os 19 projetos aprovados que não são de autoria do Executivo tiveram a seguinte origem: seis são do Senado, cinco da Câmara, cinco do Judiciário, um do Tribunal de Contas da União, um da Procuradoria Geral da República e um de iniciativa popular.
Já as sessões solenes no plenário, realizadas para homenagens específicas, caíram de 72 em 2003 para 52 neste ano.


Texto Anterior: Congresso: STF suspende reajuste para funcionários
Próximo Texto: Luto: Irmão de Lula morre em São Paulo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.