São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 2001

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ALAGOAS

Governador atribui acusações a grupo político de Collor; em gravação, ele é acusado de ter mandado matar PM

Lessa pede a Gregori reforço da PF para apurar denúncias

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA AGÊNCIA FOLHA

O governador Ronaldo Lessa (PSB), de Alagoas, esteve ontem com o ministro da Justiça, José Gregori, para discutir a crise política do Estado nos últimos dias. Lessa e alguns secretários são acusados de um suposto plano para matar o ex-tenente-coronel PM Manoel Francisco Cavalcante, condenado a 19 anos e preso em Alagoas por ser líder de um grupo criminoso formado por policiais.
O governador, que demitiu seu secretário de Justiça, Rubens Quintela, pediu a Gregori que envie um delegado da Polícia Federal ao Estado para investigar o caso. Gregori teria concordado.
Também pediu que Cavalcante seja transferido de Alagoas para o presídio da Papuda, em Brasília. Segundo Lessa, o ministro sugeriu que seja formada uma força-tarefa para investigar o caso.
Para Lessa, as denúncias são uma "farsa orquestrada pelo grupo político do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que ainda pensa que Alagoas é o paraíso da corrupção e da violência".
O governador baseia as acusações a Collor no fato de que todas as denúncias estão sendo divulgadas pelo jornal "Gazeta de Alagoas", da família do ex-presidente. O governador acusou ainda o senador Renan Calheiros (PMDB) e o ex-deputado Cleto Falcão de participarem da campanha contra ele.
O jornal publica, há cerca de 15 dias, cartas supostamente deixadas pelo segurança e ex-policial civil José Cícero Carlota da Silva, morto numa emboscada, em que ele acusa o ex-secretário de Justiça por seu assassinato.

Fita
Uma fita divulgada ontem em Maceió mostra relato de Carlota acusando Lessa de envolvimento em um plano para matar o ex-tenente-coronel. A gravação, apresentada pela mãe dele, reafirma o conteúdo de uma carta enviada ao Ministério da Justiça, em 1994.
Na carta, Carlota afirma que foi pago pelo então vereador Ronaldo Lessa para vingar a morte do irmão, o delegado Ricardo Lessa, matando Cavalcante.
Ele teria desistido do plano, mas estaria com medo de morrer. Em 1995, foi morto com vários tiros.
A Procuradoria Geral de Justiça de Alagoas ordenou a reabertura do inquérito sobre a morte de Carlota. O Ministério Público requisitou a carta e a fita em que o governador é citado e já instaurou investigação sobre o caso.


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