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TRANSPORTES
CPA e Líder são suspeitas de desviar verbas de prefeitura de MG em 96
Empresas doaram dinheiro a Adauto
DA AGÊNCIA FOLHA
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A CPA Consultoria e a Líder
Engenharia doaram R$ 5.500 em
1994 para a campanha ao terceiro
mandato na Assembléia Legislativa de Minas Gerais do hoje ministros dos Transportes, Anderson
Adauto. As duas empresas integram um grupo acusado de desviar R$ 4 milhões da Prefeitura de
Iturama (MG).
Além da doação, um dos sócios
da CPA, Rômulo de Souza Figueiredo, foi o contador da campanha
e assessorou Adauto em 1999 e
2000. Já se sabia que outro sócio
da CPA, Sérgio José de Souza, foi
assessor de Adauto de 1987 até o
último dia 10, quando apresentou
pedido de exoneração do Ministério do Trabalho.
As novas revelações fragilizam
ainda mais a afirmação inicial do
ministério de que a única relação
existente entre Adauto e as empresas suspeitas é uma coincidência nos endereços.
Na edição desta semana, a revista "IstoÉ" trouxe reportagem afirmando que um esquema formado por empresas fantasmas e que
contaria com a colaboração da
Prefeitura de Iturama fraudou em
R$ 4 milhões os cofres do município em 1996.
A reportagem se baseou em
uma CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) da Câmara Municipal da cidade, que afirmou em seu
relatório que Adauto, então deputado estadual em Minas pelo
PMDB (hoje está no PL), "cedeu
seu escritório em Uberaba" para a
formação de um grupo de empresas destinadas a fraudar a prefeitura de Iturama.
Em resposta à reportagem, o
ministério divulgou nota dizendo
que a única relação entre Adauto
e o caso era o fato de o hoje ministro ter alugado um imóvel locado
anteriormente pelas empresas.
Colegas de faculdade
Como mostram as constatações
acima, a história não é bem essa,
mesmo porque a relação entre
Adauto e os sócios da CPA não é
restrita ao campo profissional. O
ministro dos Transportes, Souza e
Figueiredo são amigos, sendo que
os dois primeiros foram colegas
de faculdade.
Outra afirmação do ministério
na nota, a de que a Procuradoria
de Justiça de Minas Gerais pediu o
arquivamento da investigação
por não ver relação de Adauto
com o caso, é verdadeira, mas está
caducando.
O procurador Gilvan Franco vai
pedir à Procuradoria Geral da República que investigue a ligação
entre o ministro e a CPA. O pedido se baseia na suspeita de que a
empresa fraudou licitações em
outra cidade mineira, Tapira, entre 1997 e 2000.
(RANIER BRAGON E CARLOS HENRIQUE SANTIAGO)
Colaborou FERNANDA KRAKOVICS, da Agência Folha
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