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ITAMARATY
Convidado no dia 8 por Lula para chefiar embaixada na Itália, ex-presidente disse que preferia posto na Argentina
Itamar muda de idéia e aceita ir para Roma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente e ex-governador de Minas Gerais Itamar Franco aceitou convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser embaixador do Brasil na
Itália. O cargo está vago desde o final do ano passado, com a saída
de Andrea Matarazzo, que também foi ministro da Secretaria de
Comunicação de Governo de Fernando Henrique Cardoso.
Itamar havia sido convidado
para o cargo no último dia 8, em
encontro com Lula, mas havia dito que preferia o cargo de embaixador na Argentina. O governo,
porém, já havia decidido manter
em Buenos Aires o atual embaixador, José Botafogo Gonçalves,
considerado o maior especialista
do Itamaraty em Mercosul.
A informação de que Itamar
aceitou o convite foi divulgada
ontem à noite pela Casa Civil da
Presidência, em nota oficial. "O
ex-presidente Itamar Franco,
atendendo ao apelo do ministro-chefe da Casa Civil [José Dirceu",
aceitou a missão de representar o
Brasil na Itália", diz a nota.
O nome de Itamar -que já foi
embaixador em Portugal
(31.mai.1995 a 26.jul.1996)- precisa ser aprovado pelo Senado.
No último dia 8, depois da audiência com Lula, o ex-governador almoçou com o ministro José
Dirceu. Ele saiu sem dar entrevistas, mas amigos seus revelaram
que ele estava muito insatisfeito,
tanto por não ter conseguido o
cargo de embaixador na Argentina quanto por não ter conseguido
indicar o presidente de Furnas.
Ele havia indicado o ex-deputado
Djalma Moraes. No dia seguinte,
antes de deixar Brasília, Itamar
declarou que permaneceria "no
sol e no sereno" durante o governo Lula -ou seja, sem cargos.
Embora não tenha nomeado
Djalma Moraes, o governo escolheu outro aliado de Itamar para
Furnas: o ex-secretário da Casa
Civil do seu governo em Minas,
José Pedro Rodrigues de Oliveira.
Conforme a nota da Casa Civil
divulgada ontem, Lula já foi informado sobre a decisão de Itamar,
assim como o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim,
"que brevemente entrará em contato com o ex-presidente para os
devidos encaminhamentos".
Itamar aliou-se a Lula desde o
primeiro turno da eleição. Ele teve
seu primeiro desentendimento
com a equipe de Lula durante a
transição, em razão da demora na
edição de MP que compensaria
Minas Gerais por gastos em rodovias federais, proporcionando recursos para que o Estado pagasse
o 13º salário aos servidores. Nessa
ocasião ele criticou também FHC,
com quem havia reatado meses
antes, depois de anos rompido.
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