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FUNCIONALISMO
Servidores do Rio estão parados em protesto contra a falta de pagamento do 13º; Rosinha culpa Benedita
Greve deixa pacientes sem atendimento em hospital
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Deflagrada ontem, a greve dos
servidores estaduais já começou a
prejudicar a população do Rio,
principalmente na área de saúde.
Houve muita confusão nos hospitais, que suspenderam consultas e
visitas. Embora as emergências
funcionassem, muitas pessoas
não conseguiram ser atendidas,
devido ao baixo número de profissionais trabalhando.
A greve foi decidida anteontem
em assembléia da qual participaram cerca de cem dos 460 mil servidores estaduais. A principal reivindicação é o pagamento do 13º
salário, que está atrasado.
No hospital Getúlio Vargas, na
Penha (zona norte), um motorista, identificado apenas como Luiz
Fernando, não conseguiu que o filho, que tinha uma espinha de
peixe atravessada na garganta,
fosse atendido. O pedreiro Antônio Ferreira de Souza, 53, chegou
à unidade às 5h para retirar o gesso que há oito meses imobiliza seu
braço esquerdo, baleado. Até o
fim da tarde não fora atendido.
No hospital Carlos Chagas, em
Marechal Hermes (zona oeste),
um cartaz na entrada principal informava sobre a greve. Os funcionários exibiam adesivos com a
frase "Quero meu 13º salário".
Segundo a Secretaria Estadual
de Saúde, menos de 20% dos funcionários aderiram à greve e nenhum paciente considerado grave
deixou de ser atendido. Já o Sindicato dos Servidores da Saúde e da
Previdência do Estado disse que a
adesão foi de quase 100%. A Saúde possui 25 mil funcionários.
Na Justiça, os funcionários formaram uma comissão especial
para não interromper a expedição
de mandados de prisão.
A governadora Rosinha Matheus (PSB) minimizou a greve
geral e disse que o atraso de salários é culpa de Benedita da Silva
(PT). "Não existe essa greve geral.
Existem casos isolados. Quem
deixou de pagar foi o governo anterior. Estou me esforçando ao
máximo para regularizar a situação." O secretário de Fazenda,
Mário Tinoco, disse que "não há a
mínima previsão para o pagamento do 13º. "O Estado está sem
dinheiro e depende de negociações com a União", disse.
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