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São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 2003

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FUNCIONALISMO

Servidores do Rio estão parados em protesto contra a falta de pagamento do 13º; Rosinha culpa Benedita

Greve deixa pacientes sem atendimento em hospital

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Deflagrada ontem, a greve dos servidores estaduais já começou a prejudicar a população do Rio, principalmente na área de saúde. Houve muita confusão nos hospitais, que suspenderam consultas e visitas. Embora as emergências funcionassem, muitas pessoas não conseguiram ser atendidas, devido ao baixo número de profissionais trabalhando.
A greve foi decidida anteontem em assembléia da qual participaram cerca de cem dos 460 mil servidores estaduais. A principal reivindicação é o pagamento do 13º salário, que está atrasado.
No hospital Getúlio Vargas, na Penha (zona norte), um motorista, identificado apenas como Luiz Fernando, não conseguiu que o filho, que tinha uma espinha de peixe atravessada na garganta, fosse atendido. O pedreiro Antônio Ferreira de Souza, 53, chegou à unidade às 5h para retirar o gesso que há oito meses imobiliza seu braço esquerdo, baleado. Até o fim da tarde não fora atendido.
No hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes (zona oeste), um cartaz na entrada principal informava sobre a greve. Os funcionários exibiam adesivos com a frase "Quero meu 13º salário".
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, menos de 20% dos funcionários aderiram à greve e nenhum paciente considerado grave deixou de ser atendido. Já o Sindicato dos Servidores da Saúde e da Previdência do Estado disse que a adesão foi de quase 100%. A Saúde possui 25 mil funcionários.
Na Justiça, os funcionários formaram uma comissão especial para não interromper a expedição de mandados de prisão.
A governadora Rosinha Matheus (PSB) minimizou a greve geral e disse que o atraso de salários é culpa de Benedita da Silva (PT). "Não existe essa greve geral. Existem casos isolados. Quem deixou de pagar foi o governo anterior. Estou me esforçando ao máximo para regularizar a situação." O secretário de Fazenda, Mário Tinoco, disse que "não há a mínima previsão para o pagamento do 13º. "O Estado está sem dinheiro e depende de negociações com a União", disse.


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