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Governo afeta caso Celso Daniel, diz Bicudo
Advogado apresenta cartas de irmão e cunhada de ex-prefeito; eles defendem investigação por promotores
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REDAÇÃO
O advogado Hélio Bicudo
apresentou ontem duas cartas
enviadas pelo casal Bruno Daniel e Marilena Nakano, irmão
e cunhada do ex-prefeito petista de Santo André (SP) Celso
Daniel, morto há seis anos.
Ligado historicamente ao PT
-foi vice-prefeito de Marta Suplicy em São Paulo-, Bicudo
disse que é "preciso deixar a
Justiça atuar sem pressões",
que seriam "entraves para a
descoberta da verdade".
"As pressões vêm do Estado,
do governo federal. Não são
pressões muitas vezes diretas,
mas indiretas. A maneira pela
qual foram ameaçados. Uma
imposição quase de que eles deviam sair do país", disse. Segundo ele, "o governo nunca viu
com bons olhos uma investigação que levasse à descoberta da
verdade, que eu não sei qual é".
Questionado sobre o retorno
do casal, Bicudo cobrou que
eles "tenham a garantia de vida
aqui no Brasil que não tinham
antes". Bruno e Marilena foram
reconhecidos pelo governo
francês como refugiados políticos. Eles saíram do país em
2006, com os três filhos.
Uma carta tornada pública é
endereçada a Bicudo. A outra, a
Ellen Gracie, presidente do
STF (Supremo Tribunal Federal). "Depois de termos vivido
os duros anos da ditadura militar, não imaginávamos que alguém seria obrigado a sair do
país e se refugiar em outro", escreveu o casal.
Para Ellen dizem ter grande
preocupação com a ação que
está no Supremo questionando
a legitimidade de promotores
conduzirem investigações. Advogados do empresário Sérgio
Gomes da Silva, apontado pelo
Ministério Público como o
mandante do crime de Celso
Daniel (ele nega), alegam que
só a polícia pode investigar.
"Impedir que o Ministério
Público possa investigar significa contribuir para a existência
de novos exilados brasileiros",
diz a carta. Antes de deixar o
país, Bruno e Marilena afirmaram receber ameaças de morte
por cobrarem a elucidação do
assassinato de Celso Daniel. Seqüestrado em 2002, quando estava em um carro conduzido
por Gomes da Silva, seu corpo
foi localizado dois dias depois.
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