São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2001
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PAINEL Pressão à domicílio No encontro que deve ter amanhã com FHC, Tasso Jereissati (CE) pretende ouvir do presidente se ele já está, de fato, fechado com o projeto presidencial de José Serra. O governador sabe que FHC vai desconversar. Mas quer deixar registrado pessoalmente sua insatisfação com o que tem visto nos últimos dias. Gesto concreto Depois de perder postos importantes no Congresso para aliados do ministro da Saúde, Tasso espera um gesto concreto de FHC para impedir que Jutahy Magalhães, outro tucano da esfera de Serra, seja eleito líder do PSDB na Câmara, na terça. Trunfo na mão Tasso tem uma carta de peso na manga: Ciro Gomes (PPS). Se realmente for escanteado do processo sucessório, o governador colocará todas as suas fichas na candidatura do discípulo. E deve ter a ajuda de ACM. Gangorra delicada FHC fez movimentos evidentes na direção de Serra para compensar o apoio de Covas a Tasso. Mas tudo que o presidente não quer é antecipar a definição do candidato tucano. Significaria, na prática, o fim do seu governo. Não por outro motivo, deve compensar o cearense. Circo tucano De um aliado de Tasso Jereissati (PSDB-CE): "Estão querendo fazer a gente de bobo". Fogueira das vaidades Presidenciável como os outros tucanos, Paulo Renato tem jogado gasolina na fogueira para queimar os adversários. O ministro da Educação soprou a interlocutores que Serra, ao contrário do que diz, tem, sim, tudo a ver com os revezes sofridos por Tasso no Congresso. Base minada O Planalto entrou no jogo da escolha do novo líder do PFL na Câmara. Dos cinco nomes postos, aceita sem restrições quatro. Só não quer nem ouvir falar no nome de José Carlos Aleluia (BA), afilhado político de ACM. Pão e água O recado do Planalto à bancada do PFL é claro: aceita até Inocêncio Oliveira, que bateu duro em FHC na eleição na Câmara. Mas, se Aleluia for o escolhido, as portas dos ministérios se fecharão aos deputados pefelistas. Café-com-leite A ida anunciada de Itamar Franco para o PMDB no momento em que o partido se fortalece na aliança governista e insufla a candidatura José Serra não tem nada de acidental. O governador e o ministro imaginam jogar casados em 2002. Triângulo mineiro Opção da ala do contra do PMDB para 2002 num eventual desmanche do namoro com o governo, Itamar trabalha hoje com outro cenário. Teria peso decisivo na escolha do vice de Serra e, aos 72 anos, se lançaria com o apoio do tucano ao Senado para encerrar lá, tranquilo, sua exitosa carreira política. Neonacionalismo A articulação com Serra explica o apoio de Itamar a Aécio Neves na Câmara. A um e outro interessa isolar os tucanos mineiros Pimenta da Veiga e Eduardo Azeredo na sucessão estadual. Itamar não pode ouvir falar em FHC. Mas sempre teve simpatia pelas posições políticas de Serra. Radical de ocasião O vice-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso, está articulando a entrada de sua mulher, a deputada Maria Lúcia Cardoso, no PSB. Newtão quer dar um viés progressista à sua candidatura ao governo, em 2002, e minar as bases de Célio de Castro, recém-saído da sigla. Confusão liberal Ney Lopes (PFL-RN) decidiu disputar o cargo de líder do PFL na Câmara com Inocêncio Oliveira (PE). O potiguar discorda da recondução do líder com base em assinaturas de deputados. "Aclamação é coisa de comunista. Liberal defende o voto secreto, que é mais democrático." TIROTEIO De Amir Lando (PMDB-RO), sobre eventual apoio de seu partido a José Serra em 2002: - O PMDB tem de deixar de ser mula de carga. Não basta assumir o lugar do PFL. Tem de trabalhar para disputar a eleição com candidato próprio. CONTRAPONTO Menino atrevido
Presidente do Senado, Jader
Barbalho foi eleito deputado pela primeira vez em 1974. Era magro. Tinha 29 anos, mas aparentava ter bem menos. |
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