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Partidos aliados disputam cargos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os desentendimentos entre os
partidos aliados do presidente
Fernando Henrique Cardoso no
Senado não terminaram com a
eleição do senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) para presidente da
Casa. A distribuição das presidências das comissões permanentes
está causando novas divergências
internas no PFL, no PSDB e no
PMDB e vai exigir muita articulação dos líderes.
O maior problema é como o
PFL vai acomodar o ex-presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que quer ser
presidente da CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) -cargo
que caberá ao PFL na distribuição
das presidências.
Mas, em um acerto antigo, a vaga foi prometida pelo líder do partido, Hugo Napoleão (PI), a Bernardo Cabral (PFL-AM), que já
presidiu a CCJ e é ex-presidente
da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil). Cabral já mandou dizer que não abre mão.
A outra vaga do PFL é a presidência da Comissão de Educação,
já prometida a José Jorge (PE).
Outro problema está no PSDB.
Segundo os critérios de proporcionalidade seguidos na distribuição das presidências de comissões, a primeira escolha caberia
ao PMDB, que tem a maior bancada. Mas o partido cedeu o direito ao PSDB, no acordo feito para
garantir a eleição de Jader.
O PSDB cedera seu lugar principal na Mesa Diretora -a primeira vice-presidência, que ficou
com o PFL- em troca de se fortalecer nas comissões.
O PSDB quer ficar com a CAE
(Comissão de Assuntos Econômicos) e o cargo já está sendo disputado pelos senadores Pedro Piva (SP) e Romero Jucá (RR).
Mas a presidência da CAE também causa outro problema: o
atual presidente, Ney Suassuna
(PMDB-PB), avisou Jader que, se
permanecer no cargo, desistirá de
disputar a vaga de líder do partido
com Renan Calheiros (AL), o preferido do presidente do Senado.
Está causando mal-estar também a terceira escolha, que cabe
ao PMDB. Pelo acerto feito entre
os partidos para eleger Jader, o
PMDB deve escolher a CAS (Comissão de Assuntos Sociais) e cedê-la a Emília Fernandes (RS).
Nesse ponto, os entendimentos
enfrentam o veto do bloco de
oposição. O líder, José Eduardo
Dutra (PT-SE), disse que Emília
só será presidente de comissão se
for na cota do PMDB, já que ele
não a indicará nem para integrante de qualquer comissão.
Isso porque, segundo informações de aliados do governo, Emília votou em Jader em troca da
presidência da CAS.
O acerto foi feito por Ademir
Andrade (PSB-PA), que garantiu
para Jader dois votos, além do
seu: o de Emília e o de Antonio
Carlos Valadares (PSB-SE).
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