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IMPRENSA
A cerimônia, que acontece hoje à tarde na Sala São Paulo, contará com a participação de sete líderes religiosos
Ato multirreligioso celebra 80 anos da Folha
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha, que completa 80 anos
amanhã, comemora o aniversário
hoje à tarde com uma celebração
multirreligiosa. O ato, restrito a
convidados e marcado para as
16h, ocorre na Sala São Paulo
(praça Júlio Prestes, centro).
Sete líderes religiosos irão conduzir o evento. Representarão a
Igreja Católica, o judaísmo, o protestantismo, o islamismo, a Igreja
Apostólica Armênia, as religiões
afro-brasileiras e o budismo.
Cada celebrante vai proferir,
primeiro, uma mensagem ou prece. Depois, haverá uma oração
conjunta, que invocará a amizade,
o conhecimento, a dignidade, a
fraternidade, a igualdade, a justiça, a liberdade, a paz, o respeito e a
tolerância.
Dom Fernando Figueiredo, bispo da diocese de Santo Amaro,
presidirá a cerimônia. Ele irá representar não apenas a Igreja Católica, como também o arcebispo
de São Paulo, dom Cláudio Hummes, que está em Roma, onde receberá o título de cardeal na próxima quarta-feira.
Majoritária no país, a Igreja Católica Apostólica Romana soma
cerca de 127 milhões de fiéis (75%
da população brasileira).
Essa estimativa é dos sociólogos
Reginaldo Prandi e Antônio Flávio Pierucci, autores do livro "A
Realidade Social das Religiões no
Brasil".
Além de dom Fernando, outros
dois adeptos do cristianismo participarão do ato multirreligioso: o
pastor Rolf Schünemann e dom
Datev Karibian.
Doutor em teologia, Schünemann pertence à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e representará o protestantismo.
Dom Datev, nascido na Síria, é o
arcebispo-primaz da Igreja Apostólica Armênia no Brasil.
Os luteranos, como os demais
protestantes, rejeitam o culto a
Maria e aos santos -duas marcas
do catolicismo.
Já os armênios apostólicos, que
chegaram ao Brasil durante a década de 30, cultivam os mesmos
sacramentos e dogmas dos católicos apostólicos romanos. Entretanto não se subordinam ao papa
e têm um patriarca próprio (o
atual chama-se Karekin 2º).
O representante do judaísmo no
ato multirreligioso será o rabino
Henry Sobel. De ascendência polonesa, nasceu em Lisboa e se
criou em Nova York. Vive no Brasil desde 1970 e preside há 17 anos
o Rabinato da Congregação Israelita Paulista. É também membro
do Conselho Executivo do Congresso Judaico Mundial.
O islamismo -religião monoteísta como o judaísmo e o cristianismo- estará representado pelo xeique Armando Hussein Saleh. Ele integra o Conselho Superior da Mesquita Brasil, em São
Paulo. Tal mesquita, criada há 70
anos no bairro do Cambuci, é a
primeira da América Latina.
O babalorixá Pércio de Xangô,
que dirige a Entidade de Caridade
Ilê Alaketu Axé Xangô, em São
Bernardo do Campo, na região do
ABC, representará as religiões
afro-brasileiras. Filho de pai kardecista, travou os primeiros contatos com o candomblé ainda menino, na Bahia.
A celebração dos 80 anos contará também com a presença da
monja Coen Murayama. Ela é
missionária da tradição Soto Zen,
do Japão, corrente budista que
enfatiza a meditação como meio
de o adepto atingir a iluminação.
"É muito importante que a mídia estimule a aproximação entre
as diversas religiões. Eventos como o de hoje à tarde são um testemunho de amor ao próximo e de
respeito ao diferente", diz o padre
José Bizon, responsável pelo diálogo inter-religioso na arquidiocese paulistana.
Coral
A cerimônia será iniciada com a
execução do Hino Nacional pela
Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência de
João Maurício Galindo.
O Coral Resistência Negra, regido por Moisés da Rocha, e o Coral
Sinfônico do Estado de São Paulo,
sob o comando de Naomi Munakata, também irão se exibir.
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