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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Território demarcado
João Paulo (Câmara) é pressionado por PFL, PSDB e PMDB a manter a mesma cota de cargos que possuíam em suas liderança em 2002. Como suas bancadas foram reduzidas, as três siglas perderam no total 63 assessores (42 de confiança, com salários de R$ 5.000 e R$ 7.200).

Cabidão de Brasília
A quantidade de cargos a que cada liderança tem direito é proporcional ao número de deputados do partido que representa. João Paulo (PT) afirma que vai analisar "caso a caso". As lideranças abrigam técnicos, afilhados políticos e, muitas vezes, parentes de parlamentares.

Paranóia geral
José Dirceu (Casa Civil) foi ontem ao gabinete de Sarney (Senado) para uma conversa de 15 minutos. Não quis falar pelo telefone. A piada no DF é que não são apenas os adversários de ACM que temem o grampo.

Previsão oficial
Dirceu diz que Lula já tem em sua base dois terços dos deputados e dois terços dos senadores.

Proibido estressar
José Genoino assistiu ao discurso de Lula pela TV, na sala anexa ao cafezinho do plenário. "Vou ficar aqui para fumar o meu cigarrinho", explicou. Fumou três, um atrás do outro, durante os 21 minutos do pronunciamento. Questionado sobre quantos cigarros fuma por dia, respondeu: "Depende do dia".

De corpo fechado
Acusado de intermediar compra de habeas corpus para traficantes, Pinheiro Landim preparou defesa em dose dupla no Congresso. Hoje, deve fazer discurso no plenário. Na quarta, depõe na comissão de ética.

Velho hábito
Arthur Virgílio (PSDB) ganhou a aposta feita com Eduardo Siqueira Campos, antes do encontro com FHC em Paris. O ex-presidente não pagou a conta do almoço. Só o vinho francês custou US$ 40 a garrafa.

A pedidos
O PT quer apresentar à Câmara hoje ou, no máximo, amanhã emenda alterando o artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro. É o primeiro passo para facilitar a tramitação da proposta de Lula de dar autonomia ao Banco Central, reivindicação antiga do mercado.

Mordaça palaciana
O Planalto impediu Heloísa Helena (PT) de permanecer na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que analisará o projeto de autonomia do BC. A senadora, da esquerda do PT, apresentará hoje à Casa proposta de convocação de um plebiscito sobre o assunto.

Confronto interno
A esquerda do PT também planeja fazer um plebiscito sobre a autonomia do BC. Mas apenas com os militantes do partido. Pelo estatuto petista, é preciso apresentar requerimento com as assinaturas de 20% dos filiados, distribuídas em pelo menos 50% dos diretórios.

Tamanho-família
Candidato derrotado ao governo do DF, Geraldo Magela (PT) diz que o grampo da BA é "fichinha" perto da "escuta feita em Brasília pelo governo de Joaquim Roriz (PMDB)" na campanha eleitoral. "Todos os candidatos fomos grampeados."

País tropical
O custo mensal dos gabinetes distritais do DF é maior do que o da Câmara (R$ 80 mil contra R$ 70,6 mil). Para acabar com o que chama de "abuso", o deputado Renato Casagrande (PSB) apresentou projeto que limita o gasto dos distritais e dos estaduais a 60% do valor autorizado aos parlamentares federais.

A conferir
De um dos vice-líderes do governo na Câmara, que ainda acredita numa ruptura do modelo econômico na gestão Lula: "Não podíamos, na fase de transição, chegar como um elefante numa loja de cristais."

TIROTEIO

Do líder do PPS na Câmara, Roberto Freire (PE), explicando por que defende a abertura de uma CPI para investigar o grampo na Bahia, embora sempre analise com muito reserva a abertura dessas comissões:
- Já disse que o Congresso não é delegacia de polícia. Mas, nesse caso, a polícia não pode fazer um auto-inquérito.

CONTRAPONTO

Trocando as bolas

Durante o encontro do PPS para debater a reforma da Previdência, no Espaço Cultural da Câmara, ontem pela manhã, o presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (PE), cometeu um pequeno ato falho. Ele chamou o consultor Renato Follador de "Renato Falador". Ao perceber a gafe, apressou-se em corrigir o nome do colega.
Quando fazia o seu discurso, o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) não deixou passar em branco a gafe de Freire.
- Vou falar pouco, senão o Freire vai dizer que sou falador -disse o ministro, em tom de brincadeira.
Mas a observação mais ácida veio do plenário. Partiu de um conterrâneo do consultor, ao explicar que o trocadilho é usado porque Follador teria teses muito rigorosas em relação, por exemplo, aos inativos.
- No Paraná, ele é chamado de esfolador!


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