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CPMF pode ser mantida, diz Berzoini
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, afirmou ontem
que o governo deve ser obrigado a
manter a alíquota de 0,38% da
CPMF em 2004 a não ser que a reforma tributária avance muito rápido e encontre um sistema mais
eficaz de financiamento da Previdência e de outras despesas.
A alíquota da contribuição cairá
para 0,08% a partir do ano que
vem. Atualmente, a CPMF financia gastos do governo com seguridade (saúde, Previdência e assistência social), além do Fundo de
combate à pobreza.
"Na situação atual da economia
mundial e da economia brasileira,
dificilmente conseguiremos abrir
mão da CPMF em 2004 sem tocar
até na questão da Previdência",
disse Berzoini durante seminário
organizado pelo PPS para discutir
a reforma da Previdência.
Na semana passada, na primeira reunião do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social, o ministro Antonio Palocci (Fazenda) apresentou três
alternativas para a CPMF: o governo poderá manter a atual alíquota pelos próximos anos, reduzi-la progressivamente ou encontrar uma outra fonte de receita.
No seminário, o presidente do
PPS, deputado federal Roberto
Freire (PE), cobrou do governo o
envio de uma proposta concreta
de reforma ao Congresso: "Não
há debate sem projeto. A sociedade não se pronuncia enquanto
não tiver sobre o que se pronunciar. Nenhuma comissão sem
projeto teve bom termo nessa Casa". O ministro admitiu que o debate "fica mais quente quando se
apresenta uma proposta".
Berzoini voltou a dizer que a
criação de um regime único de
benefícios para servidores atuais e
novos e para trabalhadores da iniciativa privada terá um custo alto
de transição, principalmente para
Estados e municípios.
Na última quinta-feira, o governo distribuiu um texto na reunião
do conselho apontando o PL-9
como solução para a diferença de
regimes do setor público e privado pois o projeto viabiliza o regime único para novos servidores.
Para os atuais, criariam-se regras
para corrigir as distorções.
No mesmo dia, em entrevista,
Berzoini deu a entender que o governo não insistiria no regime
único. No dia seguinte, no entanto, integrantes do governo argumentaram que houvera um mal-entendido, negando o recuo.
Ontem, porém, Berzoini voltou
a dar declarações dúbias. "É bom
mudar de opinião. É positivo para
a democracia não ter idéias fixas e
negociar de peito aberto".
No seminário, o ministro Ciro
Gomes (Integração Nacional) disse que qualquer tipo de reforma
exigirá aumento de contribuição,
mesmo que para um grupo, e redução de benefícios para outros.
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