São Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cadeiras voadoras

Sobre a candidatura Dilma Rousseff ao Planalto não há discussão, mas o PT chega à abertura de seu congresso, hoje, com arestas a aparar no que diz respeito à ocupação de cargos na nova cúpula do partido.
De saída da tesouraria, Paulo Ferreira (RS) tenta de todo modo emplacar o desconhecido conterrâneo João Motta na secretaria de Comunicação. Pela composição de forças que elegeu José Eduardo Dutra presidente da sigla, esse posto seria destinado à corrente Novo Rumo, que indicou o deputado estadual Rui Falcão. Por sua vez, a bancada de deputados federais quer colocar na Comunicação André Vargas (PR), que chegou a ser cotado para a tesouraria. Mas essa já é de João Vaccari (SP) e ninguém tasca.



Marmelada. A candidatura à Câmara de Paulo Ferreira tira o sono da atual bancada gaúcha do PT, quase toda em busca de reeleição. Para os queixosos, trata-se de concorrência desleal, dada a expertise adquirida por Teixeira na tesouraria. Ele desconversa: "Pior do que ciúme de homem é ciúme de deputado".

Sem refresco. Chamou a atenção de partidos aliados o trecho da resolução do PT sobre tática eleitoral e política de alianças no qual, apesar de destacar a vitória de Dilma e o fortalecimento das bancadas no Congresso como prioridades, a sigla registra que não se pode "menosprezar a importância que têm os governos de Estado", daí a insistência com candidaturas próprias.

Gente grande. De um integrante do núcleo da campanha de Dilma, sobre a exigência de apoio exclusivo feita por Sérgio Cabral (PMDB) no Rio: "O governo não vai se meter a tentar tirar o Garotinho do jogo, até porque de garotinho ele só tem o nome".

Público-alvo. Resolução apresentada pela juventude do PT prevê a construção de um Comitê Nacional de Juventude Dilma Presidenta, cuja coordenação pretende participar do dia-a-dia da "campanha geral".

Bagagem. Desabafo do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) no Twitter sobre o retorno do Carnaval: "Como ponho o turbante do Gandhi na mala?".

Vento. Paulo Octávio foi dormir ontem inclinado a renunciar ainda hoje ao governo do Distrito Federal.

Deixa estar. Apesar do risco Joaquim Roriz, o PSDB continuará a buscar aliança com o PSC. Para os tucanos, a prioridade é ampliar o tempo de TV. E, do jeito que as coisas vão, ninguém sabe se Roriz ainda estará no palanque quando José Serra tiver de fazer campanha em Brasília.

Onde pega. No PSC há dois focos de resistência ao acordo com o PSDB: Pernambuco, onde o partido apoia Eduardo Campos (PSB), e Paraíba, onde Marcondes Gadelha, oriundo do PSB, assumiu o comando da sigla.

Menos, menos. Mesmo entre os insatisfeitos com a liderança de Rodrigo Maia, há quem esteja em campo para conter os "radicais" Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado, críticos abertos da atuação do presidente do DEM durante a tormenta no Distrito Federal. O argumento é que o partido está por demais fragilizado para suportar guerra civil.

Que tal? Ao voar com Guido Mantega (Fazenda) ontem de SP a Brasília, o presidente da Câmara e possível vice de Dilma, Michel Temer (PMDB), fez lobby a favor da proposta de reduzir a jornada de trabalho de 44 para, numa primeira etapa, 42 horas.

Trabalho. Carlos Alberto Grana (PT), presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, e Tadeu Morais de Sousa (PDT), vice do Sindicato dos Metalúrgicos de SP e presidente do Dieese, são as duas apostas do mundo sindical para a eleição à Assembleia paulista.


com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"O Distrito Federal só terá solução se livrando do DEM e dos tucanos. Não será Lula quem os salvará."

Do deputado DR. ROSINHA (PT-PR), sobre o até agora infrutífero esforço do governador em exercício, Paulo Octávio, para ser recebido em audiência pelo presidente da República.

Contraponto

Sem retoque

Durante visita à nova ala do Hospital do Rim e Hipertensão, há uma semana, o governador José Serra disse que o salto no número de transplantes de rim ocorreu durante sua gestão no Ministério da Saúde.
Imediatamente um funcionário do hospital apareceu com uma foto do tucano tirada naquela época, há quase dez anos. Serra examinou-a, torceu o nariz e, rindo, fez uma "resenha crítica" do próprio retrato:
-Olha, quero apenas deixar registrado que eu estava com essa cara porque ainda não havia feito a cirurgia para retirar as bolsas sob os olhos...


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