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Congresso petista lança Dilma e enquadra rebeldes
Partido tenta restringir a possibilidade de questionamentos internos no evento
Com show de Jorge Ben Jor e participação de cerca de 1.350 delegados, encontro em Brasília custará ao menos R$ 6,5 milhões à sigla
RANIER BRAGON
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT abre hoje em Brasília o
congresso nacional que vai
aclamar no sábado a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil), 62,
como a pré-candidata da legenda à sucessão de Luiz Inácio
Lula da Silva. Os dirigentes petistas pretendem restringir ao
máximo a possibilidade de
questionamentos internos durante o evento, que deve aprovar diretriz de campanha submetendo todos os arranjos regionais do partido à estratégia
nacional em prol da ministra.
Ex-pedetista, filiada ao PT
desde março de 2001, Dilma teve sua candidatura bancada diretamente pelo presidente Lula, de quem também foi ministra de Minas e Energia antes de
assumir a Casa Civil, em 2005.
Ela fará no sábado, após a fala
de Lula "a apresentando" como
a candidata, o discurso final do
congresso, que será encerrado
com um show de Jorge Ben Jor.
O PT estima gastar R$ 6,5 milhões, o que inclui transporte e
hospedagem de cerca de 1.350
delegados, mais convidados.
No discurso, a ministra deve,
de acordo com petistas, falar da
necessidade de avanços como a
qualificação do funcionalismo
responsável pela execução das
obras e dos programas federais.
Amanhã o partido deve aprovar as diretrizes preliminares
para o programa de governo de
Dilma e para a política de alianças. Nos documentos, o PT prega um fortalecimento do papel
do Estado, o aprimoramento
dos programas sociais e a manutenção das políticas de ajuste fiscal, entre outros pontos.
O PT deixa claro nos documentos que o objetivo de eleger
Dilma "deve orientar todos os
movimentos políticos", ou seja,
candidaturas regionais da legenda podem ser sacrificadas.
"Quem vai conduzir o processo da candidatura e das
alianças é a Dilma. O próprio
Lula diz isso", diz o deputado
Candido Vaccarezza (PT-SP),
líder do governo na Câmara.
Nos textos, o PT critica indiretamente a atual base de Lula
no Congresso, dizendo que o
eventual governo Dilma precisará "de apoio parlamentar afinado com seus objetivos".
Segundo dirigentes do partido, haverá a tentativa de restringir a um limite "tolerável"
os debates em torno das emendas das alas mais à esquerda.
"Será o congresso da unidade.
Não teremos uma agenda negativa", disse o deputado José Genoino (SP), integrante do Diretório Nacional que toma posse.
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