São Paulo, domingo, 18 de março de 2001

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PAINEL

Coluna do meio
FHC decidiu não mover um dedo para defender Jader Barbalho (PMDB) no caso Banpará. Também não vai fazer nada para incentivar a investigação sobre o presidente do Senado.

Linha tênue
FHC avalia que, no atual momento, qualquer passo pode ser arriscado. Proteger Jader contraria o PFL. Incentivar a investigação desagrada ao PMDB. E o presidente não quer nem pensar na hipótese de uma das siglas apoiar a abertura de uma CPI.

Visão do futuro
Ao se defender no plenário do Senado, em 96, Jader previu que a denúncia sobre o Banpará poderia ser guardada e usada anos depois por adversários: "Todos poderão se lembrar de quem foi acusado de ter recebido rendimentos de R$ 1 milhão".

Pijama de ocasião
O governador José Ignácio (PSDB-ES) conseguiu na semana passada uma aposentadoria proporcional aos seus quatro anos de Senado. O ato foi assinado por Jader Barbalho (PMDB).

Pé-de-meia
Ignácio passa a receber 52% do salário de um senador. Como a aposentadoria é retroativa a janeiro de 99, quando trocou o Senado pelo governo, receberá um reforço de quase R$ 100 mil.

Fatura na mesa
Cabos eleitorais de Aécio Neves estão garantindo a seus eleitores na Câmara que a verba de gabinete vai subir, em abril, dos atuais R$ 20 mil para R$ 35 mil. Dizem ainda que Aécio não esqueceu a promessa de vender os apartamentos funcionais.

Em família
Esperidião Amin (PPB) estuda a hipótese de renunciar ao governo de Santa Catarina, em abril do ano que vem, para que a sua mulher, Angela Amin, concorra ao cargo em 2002. Pela lei eleitoral, a prefeita de Florianópolis não poderá sucedê-lo se ele ficar no cargo até o fim.

Estrela guia
Eduardo Suplicy (PT) se apega ao sinal verde dado por Lula para persistir na sua pré-candidatura a presidente. Meses atrás, o senador procurou o líder petista, que o estimulou a entrar na disputa. Agora, nos bastidores, Lula trabalha internamente para constrangê-lo a desistir.

Cadeira cativa
Lula sabe que não teria dificuldades para vencer Suplicy em uma prévia no PT. Mas quer ser lançado como nome de consenso. "Em 98, quando o cenário era difícil, ninguém quis disputar e fui para o sacrifício", tem dito nos corredores do partido.

Fora do ar
Uma comissão de deputados acompanhará a investigação do acidente em Campos. Em conversa com deputados, Henri Reichstul (Petrobras) disse estar surpreso com o fato de o circuito interno de TV da plataforma não ter registrado a explosão.

Debandada malufista
O presidente do PPB-SP, Adhemar de Barros Filho, está deixando o partido. Vai para o PTB. Há dois interessados no seu cargo: o deputado Vadão Gomes e Jesse Ribeiro, ex-assessor de Maluf na prefeitura.

Ponta-de-estoque
O PFL quer aproveitar o esvaziamento do PPB para tentar crescer em São Paulo. Jorge Bornhausen quer trazer novos quadros para o PFL, de olho na eleição estadual de 2002.

Fase ruim
Depois das fitas das conversas com ACM, o procurador Guilherme Schelb enfrenta outro problema. Ele convive há 20 dias com uma febre de 38 graus. Suspeita-se que esteja com dengue.

Vida real
Quércia disse a aliados que voltará à cena política em 2002. O ex-governador quer concorrer ao Senado, mas a realidade sugere, no máximo, a disputa por uma cadeira na Câmara.

TIROTEIO
Do deputado federal Delfim Netto (PPB-SP), sobre o presidente da Petrobras, Henri Reichstul, e o acidente na plataforma da bacia de Campos:
- É incompetência ou falta de sorte. No primeiro caso, a solução é imediata. Se for questão de sorte, o jeito é chamar uma baiana para benzê-lo.

CONTRAPONTO

A ver navios

O deputado estadual Paulo Bornhausen (PFL), de Santa Catarina, filho do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), propôs, no ano passado, a concessão de título de cidadão catarinense ao ministro dos Transportes, o gaúcho Eliseu Padilha (PMDB).
Ao justificar a proposta, citou dois projetos de Padilha para beneficiar Santa Catarina: a duplicação da BR-101, com trecho em território estadual, e a construção de dois navios em Itajaí, gerando empregos no Estado.
O projeto de Bornhausen ainda tramita na Assembléia. Mas foi considerado descabido pelo relator da comissão de Constituição, Justiça e Redação de Leis, o deputado petista Neodi Saretta, que votou pela sua inadmissibilidade. Ele não se entusiasmou com as duas ações de Padilha:
-Era apenas o seu dever, pois, como ministro, ele deve trabalhar para o desenvolvimento do país como um todo.


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