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Pivôs do caso têm ligações com senador
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
DO ENVIADO ESPECIAL A BELÉM
O senador Jader Barbalho
tem influência entre os principais personagens do caso
Banpará. Direta ou indiretamente, as pessoas envolvidas com o caso devem favores ao ex-governador do Pará, que chefiou o Estado por
duas vezes (83-87 e 91-94).
"Tudo caminha para que
não haja punição contra ninguém", diz o procurador da
República Ubiratan Cazetta,
que denunciou à Justiça diretores do banco que favoreceram empresas durante o
governo Jader Barbalho.
Até o governador Almir
Gabriel (PSDB), inimigo de
Jader nas últimas duas eleições, guarda um estudado
distanciamento do caso. Há
seis anos no governo, nunca
pediu uma investigação.
Na eleição da mesa do Senado, recomendou que o voto do senador Luiz Otávio
Campos (sem partido-PA),
ligado a ele, fosse para Jader.
Quatro dias após sua eleição,
Jader foi a Belém e declarou
que estava à "disposição" do
governo de Almir Gabriel.
O atual presidente do Banpará, Mário Ribeiro, é filho
do advogado Nélson Ribeiro, que presidiu o banco à
época do desvio de recursos.
No cargo desde junho de
1997, Mário Ribeiro não
adotou qualquer providência administrativa para investigar o caso.
Seu irmão, Paulo de Tarso
Ribeiro, atual titular da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça,
também atuou no caso. Ele
defendeu o pai, com êxito,
num recurso apresentado ao
Conselho de Recursos do
Sistema Financeiro Nacional
para reverter uma punição
aplicada pelo BC.
Jamil Xaud, outro diretor
do Banpará na ocasião, foi
diretor financeiro na última
campanha eleitoral do senador, em 98, a governador. E,
antes disso, havia sido tesoureiro no jornal do peemedebista, o "Diário do Pará".
Assim como Augusto César Belo, também ex-diretor
do banco, que virou secretário na segunda gestão Jader.
Já morto, Joaquim Figueiredo rompeu com o senador
após anos de bom convívio.
Na Promotoria de Justiça
do Pará, o atual procurador-geral é Geraldo Rocha, um
dos primeiros a atuar no caso por sugestão do então governador Hélio Gueiros.
Mandou arquivar o processo após andamento de 25
dias, em 1991. E a advogada
Marília Crespo, que o antecedeu no cargo, é uma das
pessoas suspeitas de haver
dado um sumiço na papelada que estava no Ministério
Público. Foi vereadora pelo
PMDB e advogada de Jader
nas campanhas políticas.
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