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EM DISPUTA
PMDB quer participar das decisões do governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em almoço com 19 dos 23 senadores do PMDB, ficou explícita a
insatisfação do partido com o tratamento recebido do governo.
Embora tenha dois ministros, o
PMDB se queixa de não participar
da formulação das decisões e de
ser acionado pelo Palácio do Planalto só para apagar incêndios.
"O PMDB tem que ter acesso ao
núcleo duro do governo", disse o
líder da bancada, Renan Calheiros (AL), concordando com as reclamações dos senadores de que o
partido não é consultado. O almoço aconteceu na casa de Renan.
Segundo um senador, avaliou-se que o PMDB está entre a cruz e
a espada: se o partido deixar o governo, será responsabilizado por
ameaçar a governabilidade, e, ficando, pagará o preço de eventuais erros. Por isso, o PMDB precisa participar mais das decisões,
até para não ser surpreendido.
José Maranhão (PB), que é ex-governador, afirmou que o partido tem quadros experientes, que
poderiam colaborar com experiências de gestão e propostas,
mas não é chamado a opinar.
Um senador deu um exemplo
da falta de entrosamento entre o
PT e o PMDB: anteontem, houve
reunião dos partidos do base governista com o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política), e o
PMDB nem foi avisado. Por causa
da reunião, faltou quórum em comissões, e os peemedebistas não
sabiam o paradeiro dos aliados.
Por outro lado, foi cobrado dos
senadores que assumam o apoio
ao governo. Segundo se avaliou
no almoço, muitas vezes a imagem passada é que só Renan e o
presidente do Senado, José Sarney (AP), defendem a adesão.
Os senadores constataram que a
nova Executiva do partido, eleita
no último domingo, é menos governista. Assim, os que defendem
o apoio têm de ser mais unidos.
Renan relatou ter apresentado
ao governo a proposta de formulação de um "código de conduta"
dos partidos aliados. O objetivo
seria evitar atitudes que abalem o
governo, como as declarações do
presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), pedindo a
saída do ministro Antonio Palocci
(Fazenda).
(RAQUEL ULHÔA)
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