EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Procuradoria Geral de Justiça do Paraná encaminhou ontem ao Ministério Público Estadual ofício no qual pede investigação das ações do filho do ministro José Dirceu (Casa Civil), José Carlos Becker de Oliveira e Silva, o Zeca Dirceu, como chefe do escritório regional da Secretaria Estadual do Trabalho em Umuarama .
Um inquérito civil deve ser instaurado entre hoje e amanhã, segundo a promotora Maria Lúcia Moreira. Na semana passada, a Folha mostrou que Zeca Dirceu, mesmo não sendo parlamentar, conseguiu, além de encontros com ministros, empenhar pelo menos R$ 1,4 milhão em recursos da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e do Ministério da Assistência Social em 2003.
Os empenhos foram para municípios da região noroeste do Estado, onde fica Cruzeiro do Oeste -cidade em que Zeca Dirceu é pré-candidato petista a prefeito.
O objetivo dos promotores de Justiça é verificar se Zeca Dirceu cometeu improbidade administrativa. "Há uma cadeia de fatos a serem investigados. Por exemplo, quem pagou suas passagens a Brasília", disse o promotor Mauro Sérgio Rocha. O secretário do Trabalho do Paraná, Roque Zimmermann (PT), diz que o governo do Estado não desembolsou verba para as viagens de Zeca.
A assessoria de imprensa de Zeca Dirceu reafirmou ontem que não mais se pronunciará sobre o assunto. De acordo com a assessoria, tudo sobre o tema já foi resumido em nota divulgada na semana passada, quando o filho de José Dirceu declarou que os "contatos políticos" que mantém em Brasília são ações "lícitas" e "legítimas" e que pagou as viagens com dinheiro próprio.


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