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SALÁRIO MÍNIMO
Relato de líderes é contestado por porta-voz da Presidência
Tucanos pedem reajuste do
mínimo entre 4% e 6%
da Sucursal de Brasília
Líderes do PSDB reunidos ontem
com o presidente Fernando Henrique Cardoso defenderam um reajuste entre 4% e 6% para o salário
mínimo -que poderia passar de
R$ 130 para algo entre R$ 135,20 e
R$ 137,80. Os tucanos pediram a
reposição da inflação acumulada
entre 1º de maio de 98 (data do último reajuste do mínimo) e 31 de
abril deste ano.
Depois de o PMDB ter defendido
a reposição salarial, o PSDB e o
PFL -partidos que também integram a base do governo- também resolveram reivindicar aumento para o salário mínimo, que
deve ser decidido até 1º de maio.
O PFL diz que, se a inflação acumulada até abril atingir 10%, é preciso analisar a possibilidade de um
reajuste do mínimo nesse percentual.
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), e o do governo,
Arnaldo Madeira (PSDB-SP), afirmaram, após a reunião de ontem,que o presidente Fernando
Henrique Cardoso disse que o reajuste do salário mínimo é justo e
prometeu estudar o impacto do
aumento nas contas da Previdência e dos municípios.
O porta-voz adjunto da Presidência da República, Georges Lamazière, no entanto, declarou que
Aécio telefonou a FHC para negar
que tivesse dito que os dois trataram de reajuste de salário mínimo
na conversa. "O presidente não falou desse assunto. Não é o momento", disse Lamazière.
O anúncio da reivindicação tucana foi feito por Aécio em entrevista
na Câmara no final da manhã. "O
reajuste é só para o salário mínimo, cujo valor não é negociado,
mas definido pelo governo. Em relação aos outros níveis salariais, há
negociação pelos trabalhadores",
afirmou.
"O caminho é a reposição das
perdas dos últimos 12 meses, mas
ainda não há essa decisão por parte
do governo", completou Aécio, sobre o salário mínimo. Segundo o
deputado, o aumento deve ser de
"4% a 6%, índice que acho que é o
limite".
Um aumento de 6% representaria um aumento nos gastos da Previdência Social de R$ 900 milhões.
Do número total de benefícios,
64,5% são equivalentes ao mínimo. O aumento pesaria ainda nas
contas de Estados e municípios.
Para os líderes tucanos, o governo tem o dever constitucional de
manter o poder de compra do salário mínimo. Anteontem, os dois
haviam criticado a decisão do
PMDB de defender reposição de
perdas salariais a partir do reajuste do salário mínimo.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse que o
partido é a favor do reajuste dos
salários proporcionalmente aos
índices de inflação. "Vamos ver
como será a inflação de março e de
abril para o partido se pronunciar", afirmou. O pefelista chegou
a dizer que é preciso ver se a inflação chegará a atingir 10%, para
que então definir o valor do novo
mínimo.
Ao ser questionado se esse poderia ser o percentual de reajuste,
Inocêncio disse que, dependendo
da inflação, sim.
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