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CONGRESSO
Ação de aliado contraria os planos do governo
Temer prioriza a
reforma tributária
da Sucursal de Brasília
O presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), decidiu dar
prioridade à votação da reforma
tributária, contrariando o presidente Fernando Henrique Cardoso, que quer antecipar a tramitação
da reforma política na Câmara.
"Se eu perguntar a um cidadão o
que ele acha da cláusula de barreira, vai pensar que eu não sou desse
planeta. Se perguntar a respeito do
tributo que paga, certamente haverá uma resposta pronta e imediata
desse cidadão", disse Temer.
Cláusula de barreira é um dos
itens da reforma política que limita
a representação de pequenos partidos. O anúncio foi feito em discurso no plenário da Câmara,
aplaudido por deputados de diferentes partidos.
"O PMDB assumiu a presidência
da Câmara com dois anos de atraso", afirmou o deputado Marcelo
Déda (PT-SP). Temer preside a Câmara desde 1997. Parlamentares,
principalmente de oposição, consideram que o mandato de Temer é
marcado pela submissão ao Executivo.
"Verifico que se pretende priorizar a reforma política. Acho-a fundamental, mas não é a única das
reformas que esta Casa conduzirá", disse Temer. Ele afirmou que
irá promover debates com secretários da Fazenda, governadores e
setores produtivos sobre o projeto
de reforma tributária.
Temer marcou para a próxima
terça-feira a instalação da comissão especial da reforma tributária.
Líderes governistas e de oposição
apoiaram a decisão de Temer.
Coube ao líder do PSDB, Aécio
Neves (MG), defender a urgência
para a votação da reforma política.
"Não estabeleço prioridade. Ambas (reformas tributária e política)
são necessárias e urgentes. Não
concordo que a reforma política
atinja apenas a classe política. Não
haverá estabilidade econômica se
são houver estabilidade política."
O presidente da Câmara anunciou também prioridade para a reforma do Poder Judiciário. A comissão especial será instalada na
próxima semana. Temer defendeu
a votação do projeto que limita a
edição de medidas provisórias,
mas não falou em prazo.
O porta-voz-adjunto da Presidência, Georges Lamazière, disse
ontem que as reformas política e
tributária podem ser tocadas conjuntamente. "Não há oposição em
termos de tempo, nem de prioridade. Uma não prejudica a outra."
CPMF
FHC reúne hoje pela manhã a
bancada do PMDB de Minas Gerais na Câmara para tentar evitar
dissidências na votação do segundo turno na emenda que recria a
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira),
marcada para o período da tarde.
Parte do PMDB de Minas Gerais
segue a orientação do governador
Itamar Franco (PMDB-MG), contrária à proposta.
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