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ESTATAIS
Assembléia geral de acionistas para cisão da empresa, prevista para o dia 30, não tem nova data marcada
Governo adia privatização da Eletrobrás
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
A privatização da Eletrobrás,
prevista para agosto deste ano, vai
sofrer atrasos.
O Ministério de Minas e Energia
anunciou, no início da noite de ontem, o adiamento da assembléia
geral de acionistas da estatal, convocada para separar a Eletrobrás
em ativos de geração e de transmissão.
A assembléia estava prevista para o próximo dia 30. A nova data
ainda não foi marcada.
Realizada a cisão, apenas as empresas de geração serão vendidas,
em um primeiro momento. A
União ficará com os ativos de
transmissão, que serão privatizados posteriormente.
Com a venda das seis empresas
de geração que deverão ser criadas
pela cisão da Eletrobrás, o governo
federal pretende arrecadar cerca
de US$ 8 bilhões, conforme estimativa feita pelo Conselho Nacional de Desestatização. É a prioridade do programa de privatização
neste ano.
A privatização da Vale do Rio
Doce rendeu US$ 3,3 bilhões aos
cofres do governo
A nota oficial do Ministério de
Minas e Energia informa que "algumas etapas" referentes à cisão
da Eletrobrás "não foram cumpridas a tempo de ser apreciadas pelos acionistas", por causa da "complexidade dos trabalhos".
A Folha apurou que há pressões
políticas contra a privatização da
Eletrobrás.
No caso da Chesf (Companhia
Hidrelétrica do São Francisco),
subsidiária da Eletrobrás que deverá ser separada em três empresas de geração, parlamentares governistas e de oposição estão reclamando da falta de mecanismos
que regulamentem e controlem o
uso da água do rio.
Sem essa regulamentação, a população que mora em regiões próximas ao São Francisco pode ser
prejudicada, pois há escassez de
água nessas localidades.
Em relação à privatização da Eletronorte (Centrais Elétricas do
Norte do Brasil), outra subsidiária
da Eletrobrás que será cindida em
uma empresa de geração, há críticas sobre a dependência do sistema em relação à usina de Tucuruí
-cuja privatização está prevista
pelo CND.
A Eletronorte possui outros quatro sistemas (Manaus, Acre/Rondônia, Roraima e Amapá), que dependem financeiramente de Tucuruí. A venda isolada da usina poderia inviabilizar toda a subsidiária
da Eletrobrás, segundo as argumentações feitas ao Ministério de
Minas e Energia.
O sistema de Furnas, que deverá
ser separado em duas empresas de
geração, não está sendo alvo de críticas, conforme a Folha apurou.
O ministro Rodolpho Tourinho
(Minas e Energia) e o presidente da
Eletrobrás, Firmino Sampaio, serão convocados pelo Senado para
explicar a política governamental
para o setor.
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