São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2000


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PAINEL

Campanha interna
Pedro Malan ficou irritado com a repercussão de sua intervenção no fórum do BNDES, vista como fala de presidenciável. Na Fazenda é tido como certo que há um dedo mal-intencionado do Planalto apontando discurso de candidato em tudo o que sai da boca do ministro.

Conta de burocrata
Assessores de Malan (Fazenda) levantaram ontem os principais discursos feitos pelo chefe nos últimos três anos. A expressão "mazelas sociais" aparece mais de uma dezena de vezes. "Novos contextos criam novos significados para os mesmos conteúdos", diz um assessor.

Tiro pela culatra
Inocêncio Oliveira (PFL-PE) começa a colher os frutos da divulgação desastrada que fez da conversa reservada com José Serra (Saúde), na semana passada. Mesmo na Europa, de onde chegou ontem à noite, o ministro fez questão de transmitir aos amigos que entre o pefelista e Aécio Neves (PSDB-MG) apóia de olhos fechados o segundo para a presidência da Câmara.

Reação em cadeia
Serra (Saúde), Paulo Renato (Educação) e Matarazzo (Comunicação de Governo) ligaram para Aécio (MG) solidarizando-se com sua candidatura.

Bico de tucano
Em conversa com tucanos, Serra e Matarazzo juraram que a eleição de 2002 foi tocada só de passagem no almoço de ambos com Inocêncio (PFL-PE). Quando o pefelista tocou no assunto, Serra teria cortado: "O candidato do PSDB é Mário Covas".

Esverdeou
A senadora Marina Silva (PT-AC) foi surpreendida pela candura do porta-voz da bancada ruralista, Moacir Micheletto (PMDB-PR), que praticamente abriu mão de seu projeto de reforma do Código Florestal no debate que ambos travaram ontem, na TV Senado. Os ruralistas não esperavam tanta pressão contra seu lobby. O debate vai ao ar hoje, às 6h30 e às 19h30.

Fogo na selva
O projeto que amplia de 20% para 50% a área de desmatamento na Amazônia entupiu como nunca o correio eletrônico do Senado: mais de 20 mil e-mails foram recebidos só no último fim-de-semana. De todos os cantos do Brasil e do mundo.

Embalando o professor
Apesar do apoio do PPS a Luiza Erundina (PSB) em São Paulo, a estrela do partido, Ciro Gomes, mantém firme seu "comprometimento ético" com a candidatura Mangabeira Unger, cuja insistência continua atazanando os caciques da legenda.

De olho na zebra
Comenta-se dentro e fora do PPS que Mangabeira prepara uma surpresa para a convenção do partido, em junho. A intenção de ratificar o apoio a Erundina (PSB), de quem Emerson Kapaz (PPS-SP) é coordenador de campanha, pode esbarrar numa legião de novíssimos filiados -todos "mangabeiristas".

Queda-de-braço
Os governadores Tasso Jereissati (CE) e Cesar Borges (BA) estiveram reunidos ontem com Pedro Parente (Casa Civil). O cearense está endurecendo o discurso contra a proibição de que verbas oriundas de privatizações sejam usadas para investimentos na área social.

Tríplice aliança
O nome cotado para dirigir a Sudene é Wagner Bitencourt, um ex-técnico do BNDES. É ligado a Sérgio Guerra (PSDB-PE), novo companheiro de chapa de Roberto Magalhães (PFL) para a Prefeitura de Recife. Com as bênçãos do governador Jarbas Vasconcellos (PMDB).

Barrados na festa
A TV Record ficou de fora do jantar de FHC com empresários de comunicação que tratou da abertura do capital do setor a empresas estrangeiras, anteontem, na casa de Temer (PMDB).

TIROTEIO

De Ciro Gomes (PPS), sobre os rumores de que o Planalto estaria incentivando a candidatura Erundina (PSB) em SP:
- Se for verdade que há comprometimento de Fernando Henrique Cardoso com a candidatura Luiza Erundina, como tenho ouvido, eu prefiro apoiar Marta Suplicy (PT).

CONTRAPONTO

Sinal dos tempos

No início dos anos 90, já era perceptível o refluxo dos movimentos sociais no país. A maré baixa era evidente também em Sergipe. Mas o PT local resolveu apostar numa grande manifestação de 1º de Maio, programada para começar de manhã e se estender até as 16h do feriado.
Às 13h, o PT resolveu desmontar a barraca. Quase ninguém acompanhava o ato. Marcelo Déda (PT-SE) acionou seu assessor, Fernando Montalvão, para desmobilizar os artistas que ainda iriam se apresentar.
Às 15h chegaram jornalistas. Um deles perguntou:
- Mas Fernandinho, cadê os trabalhadores?
Sem graça, Fernandinho se fez de desentendido:
- Como assim?
O jornalista, irônico, insistiu:
- Os trabalhadores?!
E Fernandinho:
- Rapaz, olha só, tá tudo fazendo hora-extra!
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