São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2000


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OUTRO LADO

Citados por Nicéa negam qualquer envolvimento

DA REPORTAGEM LOCAL

""Maluca" e ""mentirosa contumaz" foram alguns dos adjetivos utilizados ontem pelos acusados de irregularidades pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta para se defender.
O advogado Cid Vieira de Souza Filho classificou a acusação de Nicéa como ""delírio" e disse que pretende processar criminalmente a ex-primeira-dama por difamação.
Souza Filho foi apontado por Nicéa como tendo proposto à família Pitta que reagisse às pressões de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para o pagamento à OAS, exibindo uma foto do senador acompanhado de um dos acusados de envolvimento em corrupção.
""Nunca conversei com ela ou com o prefeito sobre esse assunto. Até porque não vejo nada demais no fato de alguém tirar uma foto. Tenho muito respeito e admiração por ACM."
O pianista João Carlos Martins, acusado pela ex-primeira-dama de ter atuado como intermediador de subornos entre o prefeito e empresários de ônibus, referiu-se a ela como ""mentirosa contumaz".
""Essa reunião nunca existiu. Façam uma acareação e quero ver se ela reconhece alguém. Sobre ela ter dito que o filho Victor ficou surpreso ao receber dinheiro de mim na Europa, tenho registros telefônicos que provam que falei com ele três vezes sobre isso antes de ele retirar o dinheiro", afirmou.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa Enterpa Engenharia declarou que não forneceu recursos de qualquer espécie à ex-primeira-dama.
Responsável pela coleta de lixo da cidade até dois anos e meio atrás, a empresa afirma não ter mais nenhum tipo de relação comercial com a Prefeitura de São Paulo.
Já o empresário Naji Nahas classificou de "absurda" a afirmação feita por Nicéa de que ele cuidaria das contas bancárias e dos investimentos de Pitta. "Ela está delirando. Pitta não precisa de mim para cuidar das contas dele", declarou.
O empresário e ex-senador Gilberto Miranda afirmou que não pressionou Pitta para que a prefeitura pagasse dívida com a construtora OAS e que não vendeu computadores para a Prodam. "É mentira. Essa mulher está maluca."
O deputado federal José Índio (PMDB-SP) afirmou, por intermédio de nota, que "jamais" recebeu dinheiro do prefeito. "Em dez anos de mandato como vereador, nunca participei de qualquer esquema para aprovar projetos na Câmara Municipal em troca de qualquer tipo de recompensa."
O empresário Hilton Amorim e a vereadora cassada Maeli Vergniano não foram localizados. Até o fechamento da edição, o secretário de Governo Carlos Augusto Meinberg não havia telefonado de volta para comentar o caso.


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