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Azeredo faz crítica
a Itamar Franco
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) rompeu ontem um silêncio de mais de quatro meses para denunciar que o governador Itamar Franco (PMDB), seu sucessor
no governo de Minas Gerais, além
de não pagar as parcelas da dívida
estadual, fez uso indevido de R$ 30
milhões que pertenceriam ao governo federal.
Pela primeira vez desde que deixou o governo, Azeredo respondeu a perguntas sobre Itamar, durante um café da manhã com jornalistas.
Segundo Azeredo, os R$ 30 milhões, referentes à cobrança de créditos de difícil liquidez do Bemge
(Banco do Estado de Minas Gerais), teriam de ser usados para reduzir o saldo devedor do empréstimo de R$ 1,7 bilhão do governo federal para saneamento da instituição, privatizada no ano passado.
Esses créditos, no valor de R$ 420
milhões, foram transferidos para o
BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), que passou a
responder por sua cobrança.
Azeredo disse que, no final de
seu governo, tentou usar os R$ 30
milhões para pagar as dívidas do
Estado, mas foi impedido pelo governo federal. Apesar das acusações, o ex-governador não apresentou nenhuma prova.
Alexandre Dupeyrat, que respondia até ontem como secretário
da Fazenda, confirmou que houve
mesmo uma transferência de recursos do BDMG para o caixa do
Estado, mas afirmou que o governo federal foi ressarcido por meio
de bloqueios nas contas estaduais.
Segundo sua assessoria, o governo federal bloqueou R$ 277 milhões de recursos estaduais, desde
que Itamar anunciou a moratória,
no início de janeiro.
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