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Verba antienchente vai para marketing
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O deputado estadual Faria Jr.
(PMDB) encaminhou uma indicação ao governador Mário Covas
(PSDB) pedindo o cancelamento
do decreto que transfere R$ 4 milhões do programa de combate às
enchentes para a divulgação de
atos do governo.
Faria Jr. disse que também vai
encaminhar ao Ministério Público
Estadual, ainda nesta semana, uma
representação solicitando a apuração da legalidade da operação.
"Se for ilegal, posso pedir até
uma CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito), e se for legal é, no
mínimo, imoral", disse ele.
O decreto 43.963/99 foi publicado no "Diário Oficial" do Estado
do dia 28 de abril. Pelo decreto, entre agosto e novembro o governo
vai reduzir em R$ 1 milhão por mês
a verba para desassoreamento de
rios do DAEE (Departamento de
Águas e Energia Elétrica), vinculado à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras.
O dinheiro será repassado para a
Secretaria de Governo e Gestão Estratégica com a finalidade de "divulgação das ações do governo".
"Todo mundo já sabe o que o governador Covas fez até agora: nada", alfinetou Faria Jr. Para ele, "é
um absurdo o governo tirar dinheiro de um projeto tão importante para aplicar em marketing".
De acordo com os cálculos do deputado, os R$ 4 milhões seriam suficientes para o desassoreamento
de 1,5 milhão de m3 de rios.
Segundo o secretário de Comunicação, Oswaldo Martins, a transferência é um "empréstimo virtual
com efeito meramente contábil".
Conforme o secretário, o dinheiro
"virtual" será devolvido à rubrica
do DAEE assim que for publicado
o balanço da Imprensa Oficial do
Estado, no final do mês. "Vamos
pagar com o lucro da Imprensa, estimado em R$ 8 milhões", disse.
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