São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2007

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Procuradoria deve denunciar envolvidos na Xeque-Mate

Supostas atividades de Vavá só serão investigadas se órgão pedir desmembramento

Operação da PF resultou em 85 mandados de prisão de suspeitos de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis; nove estão presos

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Ministério Público Federal deve denunciar hoje os acusados de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, desmontada pela Operação Xeque-Mate, de 4 de junho, que resultou em 85 mandados de prisão. Nove pessoas ainda estão presas e duas, foragidas.
Na operação, a PF indiciou Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por supostos tráfico de influência e exploração de prestígio, mas não apurou se ele obteve algum resultado e se houve pagamento de propina a funcionário público -hipótese que levaria Vavá a ser indiciado também por corrupção ativa.
O suposto tráfico de influência que Vavá pode ter feito em órgãos públicos só será alvo de investigação se o MPF pedir hoje o desmembramento do inquérito para apurar o caso e enviar o processo à Justiça Federal em São Bernardo do Campo (SP), onde Vavá mora.
Segundo relatório final da PF, Vavá teria pedido dinheiro ao empresário de jogos Nilton Cézar Servo, ainda preso e acusado de ser líder da máfia, "a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público e por juiz". Para a PF, só o fato de Vavá pedir dinheiro já é crime.
No relatório, a PF diz, porém, não ter sido possível "identificar nos diálogos monitorados [escutas telefônicas] quem são indivíduos e empresas interessadas no "lobby" de Genival".
Em depoimento à PF, no dia 4 deste mês, Vavá disse que "não cometeu crime de tráfico de influência ou de exploração de prestígio, já que nunca foi a nenhum ministério ou órgão da administração pública e a nenhum tribunal para tentar conseguir vantagem aproveitando o fato de ser irmão do presidente da República".
Responsável pela investigação, o delegado Alexandre Custódio Neto diz que Vavá "não passava da portaria dos ministérios". O alvo da investigação era a máfia de caça-níqueis e não Vavá, de acordo com a PF.
Entre os indiciados que devem ser alvo de denúncia do MPF estão Servo e o funcionário público Dario Morelli Filho.
Transferido para a PF anteontem, Servo aguarda o julgamento de habeas corpus impetrado, no sábado, pelo advogado Éldes Rodrigues no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em São Paulo.


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