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Procuradoria deve denunciar envolvidos na Xeque-Mate
Supostas atividades de Vavá só serão investigadas se órgão pedir desmembramento
Operação da PF resultou em 85 mandados de prisão de suspeitos de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis; nove estão presos
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O Ministério Público Federal
deve denunciar hoje os acusados de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, desmontada pela Operação Xeque-Mate,
de 4 de junho, que resultou em
85 mandados de prisão. Nove
pessoas ainda estão presas e
duas, foragidas.
Na operação, a PF indiciou
Genival Inácio da Silva, o Vavá,
irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por supostos
tráfico de influência e exploração de prestígio, mas não apurou se ele obteve algum resultado e se houve pagamento de
propina a funcionário público
-hipótese que levaria Vavá a
ser indiciado também por corrupção ativa.
O suposto tráfico de influência que Vavá pode ter feito em
órgãos públicos só será alvo de
investigação se o MPF pedir
hoje o desmembramento do inquérito para apurar o caso e enviar o processo à Justiça Federal em São Bernardo do Campo
(SP), onde Vavá mora.
Segundo relatório final da
PF, Vavá teria pedido dinheiro
ao empresário de jogos Nilton
Cézar Servo, ainda preso e acusado de ser líder da máfia, "a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público e
por juiz". Para a PF, só o fato de
Vavá pedir dinheiro já é crime.
No relatório, a PF diz, porém,
não ter sido possível "identificar nos diálogos monitorados
[escutas telefônicas] quem são
indivíduos e empresas interessadas no "lobby" de Genival".
Em depoimento à PF, no dia
4 deste mês, Vavá disse que
"não cometeu crime de tráfico
de influência ou de exploração
de prestígio, já que nunca foi a
nenhum ministério ou órgão da
administração pública e a nenhum tribunal para tentar conseguir vantagem aproveitando
o fato de ser irmão do presidente da República".
Responsável pela investigação, o delegado Alexandre Custódio Neto diz que Vavá "não
passava da portaria dos ministérios". O alvo da investigação
era a máfia de caça-níqueis e
não Vavá, de acordo com a PF.
Entre os indiciados que devem ser alvo de denúncia do
MPF estão Servo e o funcionário público Dario Morelli Filho.
Transferido para a PF anteontem, Servo aguarda o julgamento de habeas corpus impetrado, no sábado, pelo advogado Éldes Rodrigues no TRF
(Tribunal Regional Federal) da
3ª Região, em São Paulo.
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