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Sarney compara Congresso à imprensa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de ir a plenário tratar das denúncias de ter
parentes nomeados para cargos públicos por meio de ato secretos, o presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), defendeu o Congresso e fez referências a benefícios que também foram dados à imprensa.
"Muitas vezes só se fala nos
defeitos do Poder Legislativo.
Agora, por que se fala muito
mais dos defeitos do Poder Legislativo? Porque, dos três Poderes, é o único que decide com
o povo influindo", disse Sarney,
no lançamento de uma campanha de aproximação do Legislativo com o povo -"O Congresso faz parte da sua história".
Estavam presentes o atual diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo e o ex-presidente
do Senado, Garibaldi Alves
(PMDB-RN), além de integrantes das mesas diretoras.
O peemedebista partiu da
instituição do Congresso americano, ainda no século 18, para
dizer que foram dadas vantagens aos parlamentares para
que eles tivessem liberdade
frente ao governo. O exemplo
citado foi o auxílio-moradia.
Em seguida, Sarney afirmou
que a imprensa também recebeu atenção semelhante. "Da
mesma maneira, foi dada à imprensa algumas vantagens,
também, para que o governo
não pudesse fazer [pressão].
Não pagar impostos, ter isenção de direitos para importação
de papéis", afirmou ele.
Sarney disse também que a
crise não é do Parlamento brasileiro, mas "dos Parlamentos
do mundo inteiro". Abusos "intoleráveis" foram cometidos,
diz ele, a partir das vantagens
dadas a deputados e senadores.
"Temos que responder a isso e
procurar, de toda maneira, que
nós, nestes novos tempos, tenhamos condições de corrigir
todos esses erros e fazer com
que o povo não olhe o parlamento pelos seus defeitos."
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), também saiu em defesa do Congresso. "O Poder Legislativo,
não falo de seus membros, falo
da instituição, é fundamental
para a democracia."
Mais tarde, em plenário, Temer ouviu a leitura de um texto
crítico a Sarney do deputado
Paulo Rubem Santiago (PDT-PE). Temer afirmou que é uma
posição pessoal, e não da Casa.
A campanha lançada pelo
Congresso é composta por inserções na TV e em rádios públicas que tratam de projetos
de relevo aprovados pelo Congresso nos últimos anos, como
a Lei Maria da Penha e o Código
de Defesa do Consumidor.
Nas peças, há pessoas que relatam experiências vividas a
partir das leis. Segundo a secretaria de comunicação do Senado, a campanha foi planejada
em março e toda feita pela estrutura da Casa.
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