São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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Sarney compara Congresso à imprensa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de ir a plenário tratar das denúncias de ter parentes nomeados para cargos públicos por meio de ato secretos, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu o Congresso e fez referências a benefícios que também foram dados à imprensa.
"Muitas vezes só se fala nos defeitos do Poder Legislativo. Agora, por que se fala muito mais dos defeitos do Poder Legislativo? Porque, dos três Poderes, é o único que decide com o povo influindo", disse Sarney, no lançamento de uma campanha de aproximação do Legislativo com o povo -"O Congresso faz parte da sua história".
Estavam presentes o atual diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo e o ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), além de integrantes das mesas diretoras.
O peemedebista partiu da instituição do Congresso americano, ainda no século 18, para dizer que foram dadas vantagens aos parlamentares para que eles tivessem liberdade frente ao governo. O exemplo citado foi o auxílio-moradia.
Em seguida, Sarney afirmou que a imprensa também recebeu atenção semelhante. "Da mesma maneira, foi dada à imprensa algumas vantagens, também, para que o governo não pudesse fazer [pressão]. Não pagar impostos, ter isenção de direitos para importação de papéis", afirmou ele.
Sarney disse também que a crise não é do Parlamento brasileiro, mas "dos Parlamentos do mundo inteiro". Abusos "intoleráveis" foram cometidos, diz ele, a partir das vantagens dadas a deputados e senadores. "Temos que responder a isso e procurar, de toda maneira, que nós, nestes novos tempos, tenhamos condições de corrigir todos esses erros e fazer com que o povo não olhe o parlamento pelos seus defeitos."
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), também saiu em defesa do Congresso. "O Poder Legislativo, não falo de seus membros, falo da instituição, é fundamental para a democracia."
Mais tarde, em plenário, Temer ouviu a leitura de um texto crítico a Sarney do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE). Temer afirmou que é uma posição pessoal, e não da Casa.
A campanha lançada pelo Congresso é composta por inserções na TV e em rádios públicas que tratam de projetos de relevo aprovados pelo Congresso nos últimos anos, como a Lei Maria da Penha e o Código de Defesa do Consumidor.
Nas peças, há pessoas que relatam experiências vividas a partir das leis. Segundo a secretaria de comunicação do Senado, a campanha foi planejada em março e toda feita pela estrutura da Casa.


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