São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Culpa do mensageiro

Na manchete on-line do "New York Times", início da noite, novos protestos "enquanto Irã tenta bloquear qualquer cobertura". Num post do blog Media Decoder, do mesmo "NYT", "Amadores tomam a liderança na cobertura".
Christiane Amanpour, estrela da CNN nascida no próprio Irã, foi embora e, chegando a Londres, saudou a "democratização" da informação via internet. A BBC Persian, canal que acaba de estrear, em persa, diz ter recebido, a certa altura, cinco vídeos por minuto transmitidos de celulares nas ruas. Os enviados, sem visto, deixam o país em revoada.
Do "NYT", o próprio editor-chefe, Bill Keller, que havia se transferido a Teerã sem alarde, partiria ontem de volta a Nova York, depois de publicar um longo relato sobre a censura que tomou o país e avançou até sobre o Google. Em suma, no dizer de Keller, o Irã "culpou o mensageiro".

thedailyshow.com
VALE-TUDO
Jon Stewart, do "Daily Show", faz piada da cobertura baseada em Twitter, por CNN e outras, com seus alertas de "material sem confirmação" ou "estamos relaxando nosso processo usual". Diz Stewart que já era assim, antes

"TWITTER REVOLUTION", NÃO

Gideon Rachman, colunista de política externa do "Financial Times", não compra a história de que se trata de uma "Revolução Twitter". Diz que, depois de ler diversos "tweets" do Irã, achou excitante, mas "o problema é que eu não sei quem são essas pessoas, então é muito difícil julgar a precisão do que é reportado".
O correspondente do "FT" no Irã foi além e relatou as dificuldades de acesso não só ao Twitter, mas Facebook e YouTube. E afirmou que o "papel de liderança na cobertura" das manifestações, no próprio Irã, é de canais estrangeiros como BBC Persian.



TANTO FAZ

Pelo mundo e por aqui, do UOL ao "Jornal Nacional", o que se destacou da entrevista de Barack Obama à CNBC foi a mosca. Mas ele não apenas falou do pacote financeiro, mas também do Irã, com destaque na BBC, ao menos. Disse ele, "É importante entender que as diferenças entre Ahmadinejad e Mousavi podem não ser tão grandes como tem sido divulgado".
Também sobre cobertura, Obama respondeu que não vem sendo protegido na mídia americana e deu, como argumento, a Fox News, em que não é possível encontrar um só elogio ao seu governo.



PROTECIONISMO JÁ

Foi primeira página no "FT" de papel, ontem, e notícia por toda parte, "Decreto "Buy Chinese" levanta tensão no comércio". A China, a exemplo dos EUA, determinou proteção aos produtos do país que receberam incentivo em seu pacote de estímulo.
Ato contínuo, no blog de José Dirceu e depois outros, "é hora de defendermos nossa indústria e, a exemplo dos chineses, tomarmos todas as medidas. Vamos adotar já, e de uma vez, todas as medidas mesmo! Sem medo de patrulhamentos e de restrições ideológicas, como bem fizeram os chineses".

DIVERSIDADE
Na manchete on-line do estatal "China Daily", ontem, o apoio da cúpula Bric à "diversidade monetária", mais a reportagem expressa "China é a favor de um sistema monetário diversificado".
No editorial "O peso do Bric", por outro lado, o jornal diz que o grupo precisa se desenvolver "rapidamente em potência de gasto", para escapar da desaceleração.

DO LADO ERRADO
"Wall Street Journal" e "Financial Times", ontem novamente, voltaram a concentrar sua cobertura do final da cúpula Bric nos efeitos sobre o dólar. Diz o primeiro que a moeda "resistiu". Para o segundo, "recuou".
Em editorial, o "FT" voltou a sublinhar as diferenças de Rússia, Índia e China. Sobre o Brasil, "está do lado errado do mundo", não na Ásia.



Stephen Webster/theatlantic.com
POR QUÊ?
A nova edição da revista bimestral "Atlantic" destaca "Por que a "Economist" tem sucesso enquanto "Time" e "Newsweek" se esvaem". Em suma, avalia que as duas não se diferenciaram diante da internet


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