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ECONOMIA
Presidenciável do PSDB afirma que a medida não é eleitoreira; más notícias teriam provocado queda em pesquisas
Para aliados, queda de juros ajuda Serra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comando da campanha presidencial de José Serra (PSDB) julgou benéfica para o candidato a
queda da taxa de juros básica da
economia de 18,5% para 18% ao
ano. No entanto, tentou tirar o caráter eleitoral da decisão.
Segundo a Folha apurou, outra
medida foi comemorada pela
aliança PSDB-PMDB: a liberação
de R$ 1,2 bilhão para os ministérios, beneficiando projetos que
dariam voto em ano eleitoral e a
pasta dos Transportes, sob controle peemedebista. Os R$ 220 milhões dados aos Transportes eram
cobrados pelo PMDB.
A queda dos juros, a liberação
de verbas e a promessa de maior
participação do presidente Fernando Henrique Cardoso na eleição são sinais positivos que devem dar mais fôlego à candidatura de José Serra, aproximando
mais o governo da campanha tucana, como cobravam aliados.
A Folha apurou que na última
semana Serra defendeu em conversas reservadas com FHC a diminuição dos juros, para tentar
criar expectativa positiva em relação ao futuro da economia e, assim, ajudá-lo eleitoralmente.
O candidato culpa as notícias
econômicas ruins pela perda do
segundo lugar nas pesquisas para
o candidato Ciro Gomes (PPS).
Serra, porém, negou ter pressionado FHC: "Imagine! Se tivesse
viés político, teria baixado os juros em março, em abril, em maio,
até para ter efeitos nesta época. O
cuidado é com o equilíbrio macroeconômico. Agora, é uma boa
decisão. Todo mundo queria que
os juros caíssem. Agora que caíram, vamos aplaudir", declarou.
FHC afirmou por meio de seu
porta-voz, Alexandre Parola, que
soube da decisão do Copom "ex-post" -após o fato.
Tirar o viés eleitoral da queda de
juros é uma forma de tentar acalmar o mercado financeiro, que, se
continuar a avaliar que a motivação é apenas política, voltará a
desconfiar da decisão, o que ocorreu ontem. Após o anúncio da
queda dos juros, o dólar subiu.
"Ajuda, ajuda, ajuda [a campanha de Serra"", disse o presidente
do PMDB, Michel Temer. "A decisão teve motivação econômica,
devido à responsabilidade com o
país. Mas, se os aumentos do gás
de cozinha e da gasolina podem
atrapalhar eleitoralmente, uma
decisão [a queda de juros" que
ajuda a evitar a recessão é claro
que pode ajudar", disse o líder do
PMDB na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima (BA).
Após se reunir com o presidente
do Banco Central, Armínio Fraga,
o presidente do PSDB, José Aníbal, disse que a queda dos juros
"demonstra confiança no país".
Aníbal disse que Fraga não tratará
de acordo de transição de governo nas conversas com a oposição.
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