São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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Mercadante não vê ação pró-Serra em decisão do BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Aloizio Mercadante (SP), um dos principais economistas do PT, atribuiu a redução da taxa básica de juros de 18,5% para 18% ao próprio cenário econômico, afastando eventual motivação eleitoral a favor do presidenciável tucano, José Serra.
"Da economia, dificilmente virão boas notícias para Serra", afirmou Mercadante. Aliados da candidatura do tucano consideram que a redução da taxa de juros favorece a campanha do governista Serra e vinham cobrando do governo medidas econômicas mais simpáticas.
Para Mercadante, a redução teve dois motivos econômicos principais. O primeiro foi o aumento da meta de inflação para o próximo ano de 3,25% para 4% e a modificação da margem de 5,25% para 6,5%. Segundo o petista, isso dá mais espaço para o governo atuar na política econômica.
O outro fator, segundo Mercadante, são os indicadores de retração da economia, como estoques elevados nas indústrias e diminuição das vendas.
O petista ressaltou, no entanto, que as medidas vão aumentar a pressão na taxa de câmbio, o que vai exigir maior controle do governo, porque permanece a turbulência externa. "A redução não representa nada se o governo não conseguir administrar o câmbio."
Hoje Mercadante se encontra com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, como acertou na última semana. Ontem Fraga se reuniu com o presidente do PSDB, José Aníbal.
Em Recife, Lula afirmou, sobre a queda da taxa: "Acho ótimo baixar a taxa de juros. Há muito tempo defendo isso. Só espero que não seja mais uma medida eleitoreira".



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