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CAMPANHA
PPS solicita anulação de acordo ao TRE fora do prazo; PTB se reuniria ontem à noite para discutir o caso
Apoio a Collor divide coligação de Ciro
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
O apoio do PPS e do PTB à candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB) ao
governo de Alagoas provocou um
racha na campanha do presidenciável Ciro Gomes (PPS).
Enquanto o PPS solicitou no começo da noite de ontem a anulação do acordo com Collor à Justiça Eleitoral no Estado, o presidente do PTB, José Carlos Martinez,
iria se reunir ainda ontem à noite
com parlamentares alagoanos de
sua sigla para discutir o caso.
Segundo o líder do PPS na Câmara, João Herrmann, o recuo teria sido acertado entre as duas legendas. ""Não tomaríamos nenhuma decisão sem a companhia
do PTB", declarou ele.
A ""intervenção branca" promovida pelo PPS, entretanto, pode
não ser aceita pela Justiça Eleitoral, já que a documentação do
partido solicitando o rompimento foi entregue três minutos além
do prazo previsto em lei.
A resolução 20.993 do Tribunal
Superior Eleitoral prevê que as
executivas nacionais dos partidos
só podem alterar decisões das
convenções estaduais até o fim do
prazo para impugnação dos registros de candidatura, que, em Alagoas, terminou às 19h de ontem.
Também de acordo com o TRE
alagoano, nenhum comunicado
do PTB pedindo a saída da coligação chegou ao órgão até as 20h.
Integrantes da Frente Trabalhista, o PPS e o PTB vinham sendo pressionados por Ciro a intervirem em seus diretórios regionais com o objetivo de desfazer o
acordo com o ex-presidente. A
avaliação recorrente na coligação
é a de que a aliança em Alagoas dá
aos adversários do candidato munição para compará-lo a Collor.
Apesar da oposição de seu presidente, o senador Roberto Freire,
por meio de uma resolução submetida à Executiva Nacional, o
PPS considerou anuladas as decisões da convenção alagoana da sigla sobre a eleição majoritária.
Freire era contra a intervenção.
A resolução também deu ao
partido poderes para a negociação de outros acordos no Estado.
O PPS espera, com isso, a adesão
do partido à candidatura de Geraldo Sampaio, do PDT, que também integra a Frente Trabalhista.
""O episódio Collor era o único
capaz de nos desestabilizar. Que
me desculpe a radicalidade democrática, mas faríamos o que
fosse preciso para afastar isso de
nosso horizonte. Até intervenção", afirmou Herrmann.
Coordenador-geral da campanha de Ciro, José Carlos Martinez,
declarou que seu partido ainda
não se definiu sobre o caso.
""Não tenho problema em rever
minha aliança com Collor, mas
tenho 14 deputados estaduais e
três federais que, sem a coligação,
não se reelegerão", argumentou.
Na avaliação de Martinez, a melhor solução para o problema seria a desistência do apoio a Collor,
mas a manutenção da coligação
na eleição proporcional. "Mas nada está descartado", completou.
Desde que a aliança do PTB e do
PPS com Collor foi anunciada, Ciro tem demonstrado irritação
com os dois partidos. Segundo a
Folha apurou, o candidato também reagiu mal às declarações do
líder do PTB na Câmara, Roberto
Jefferson, a favor de Collor.
Integrante da tropa de choque
do ex-presidente, Jefferson defende que ele seja julgado "pelo povo". O PTB indicou o vice na chapa de Collor e tem participado ativamente de sua campanha.
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