|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORÇAMENTO
Defesa terá R$ 302,4 mi; decisão ocorre após anúncio de corte de gastos
Governo libera R$ 1,2 bilhão para os ministérios
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal liberou ontem R$ 1,2 bilhão para os ministérios, sendo R$ 302,4 milhões para
a Defesa. As outras áreas mais beneficiadas foram Transportes e os
programas estratégicos do Avança Brasil.
Segundo o Ministério da Fazenda, esses foram os setores mais
atingidos pelos cortes de R$ 5,3
bilhões feitos pela equipe econômica em maio devido ao atraso na
votação da prorrogação da
CPMF, o imposto do cheque.
Para evitar o corte total desses
recursos, o governo conseguiu,
no Congresso, derrubar a noventena, o prazo de 90 dias para o início da cobrança.
A liberação para a Defesa só
veio depois de o Exército e a Marinha anunciarem a redução de
gastos por falta de dinheiro. Anteontem, o presidente Fernando
Henrique Cardoso autorizou o
Comando do Exército a dispensar
em 31 de julho 44 mil recrutas dos
52 mil convocados no mês de
março para o serviço militar obrigatório -que iria até dezembro.
O valor liberado está muito
abaixo do R$ 1,6 bilhão pedido
pelo Ministério da Defesa. Neste
ano, a previsão era que a Defesa
-que compreende os comandos
do Exército, da Marinha e da Aeronáutica- recebesse R$ 5,224
bilhões do Orçamento, mas foram bloqueados R$ 2,175 bilhões.
Foram liberados ontem R$ 220
milhões para o Ministério dos
Transportes, R$ 467,5 milhões para os programas estratégicos e R$
212 milhões para gastos em ministérios como Ciência e Tecnologia, Fazenda, Desenvolvimento e
Relações Exteriores.
Essa foi a segunda vez que os
ministérios da Fazenda e do Planejamento liberaram recursos
após o bloqueio de R$ 5,3 bilhões.
Em junho, foi feita a primeira liberação: no limite financeiro (recursos que os órgãos podem efetivamente pagar despesas), foram
R$ 300 milhões, enquanto no orçamentário (limite para movimentação e empenho pelos ministérios), foram R$ 2,4 bilhões.
Na portaria publicada ontem no
"Diário Oficial" da União, além
dos R$ 1,2 bilhão de aumento do
limite financeiro, foram autorizados R$ 780 milhões para empenho pelos órgãos federais.
O governo já anunciou que o
descontingenciamento será feito
a conta-gotas devido ao recente
aumento da meta do superávit
primário (economia de receita
para pagamento da dívida).
Texto Anterior: Redução tem "cheiro eleitoral", afirma Ciro Próximo Texto: Campanha: Apoio a Collor divide coligação de Ciro Índice
|