São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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PAINEL

Mordida tucana
A equipe de TV de FHC grava neste final de semana vinheta para o horário eleitoral que se baseia na decisão do PT de diminuir a presença da estrela e do vermelho na campanha de Lula. Um trecho do jingle: "Cadê, cadê, cadê a estrela do PT?!".

Isca fácil
A idéia do time de comunicação de FHC é não deixar que o PT assuma uma identidade light. Ao perguntar "Cadê a estrela?", tenta provocar o partido a acordar o lado radical. Normalmente, petistas passam recibo.

Pano pra manga
Nas contas de secretários de Finanças de oito capitais, reunidos ontem em Curitiba, os municípios vão perder R$ 14 bilhões por ano com a extinção do ICMS e do ISS. É mais um argumento do lobby contra a reforma tributária do Planalto.

Meta tucana
Osvaldo Martins, coordenador de comunicação da campanha de Covas, diz que a receita para chegar ao segundo turno é levar quem avalia positivamente o governo paulista (28%, segundo o Datafolha) a votar no candidato (com 18% na pesquisa).

Memória de conveniência
A declaração de Lula de que pretende resgatar o projeto de FHC sobre taxação de grandes fortunas foi recebida com festa no comitê reeleitoral do presidente. Só fizeram questão de esquecer que o autor do projeto há tempos renegou a obra.

Lobby desapontado
Pegou mal FHC ter feito ironia ("Não sou candidato-promessinha") ao responder sobre a transposição do São Francisco na viagem que fez à Paraíba anteontem. O projeto é reinvindicação centenária do Estado.

Politicamente correto
A partir de agora, o Conselho Estadual da Condição Feminina e grupos de mulheres serão ouvidos na construção de penitenciárias femininas em São Paulo. No Estado não há nenhuma com projeto especial para o gênero.

Eleição em outubro...
O saco de bondades do Planalto parece não ter fim: os empréstimos aos plantadores de algodão, que venceriam agora em julho, foram prorrogados por mais três anos. Com os juros camaradas de 8,75% ao ano.

...é mera coincidência
Depois de uma maratona nos ministérios econômicos, o ruralista Nelson Marquezelli (PTB-SP) ouviu outra boa notícia: os juros para novos financiamentos de máquinas e implementos agrícolas cairão de 14,5% para 12% ao ano.

Alta voltagem
A intervenção de Mão Santa (PMDB-PI) na elétrica estadual chegou tarde: está pronta a auditoria feita pela antiga diretoria, que o governador expulsou para colocar no lugar o homem-chave de sua campanha à reeleição.

Pela enésima vez
Candidatos aos governos estaduais do PSDB estão reclamando de Teo Vilela (AL). Dizem que apanham de todos os partidos, são preteridos na hora da formação dos palanques de FHC e o presidente do partido não aparece para defendê-los.

Pena moída
Espremido entre o governador Mão Santa (PMDB) e Hugo Napoleão (PFL), Francisco Gerardo (PI) deve ser um dos próximos candidatos tucanos a desembarcar em Brasília para pedir apoio ao comitê de FHC.

Assim é demais
De Carlos Wilson (PSDB-PE) sobre o veto que fez à participação de FHC na campanha de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PFL): "Até entendo que o Marco Maciel possa fazer campanha contra mim. Mas o presidente, que é do meu partido, não dá".

Priorizar o interior
Itamar (PMDB), que estava meio devagar na campanha, decidiu percorrer os municípios mineiros. Em tom professoral, o vice Newtão afirma: "Ele está trabalhando direitinho".

Conta aberta
Do pefelista Marco Aurélio Santullo (MS), ao saber que o comitê de FHC poderia limitar a R$ 300 mil as doações de campanha, o que o tesoureiro Bresser negou: "Se está sobrando, podem me mandar a diferença".

TIROTEIO


Do tucano Arthur Virgílio, sobre o slogan "O Brasil que conhece o Brasil", de Lula:
- O Lula está mais para candidato aos Correios.

CONTRAPONTO

Marido famoso
A candidata do PT ao governo de São Paulo, Marta Suplicy, fez campanha ontem no ABC paulista, região na qual tem aparecido mais bem posicionada nas pesquisas dos que nos levantamentos que levam em conta todo o Estado.
Ao lado de José de Filippi, ex-prefeito de Diadema e candidato do PT a deputado federal, Marta visitou uma empresa que edita dois jornais na região. Um dos anfitriões perguntou o que ela achara da recepção popular nas ruas de Diadema:
- Tô supersatisfeita. As pessoas me conhecem...
E, virando-se para o ex-prefeito, emendou:
- ...elas gritavam "Suplicy, Suplicy" na rua, não é, Fillipi?!
- É, mas eu acho que era por causa do senador (Eduardo Suplicy) - disse Fillipi.
- Tudo bem. Serviu do mesmo jeito. O importante é que sabiam quem eu era - respondeu a candidata, que é casada com Eduardo Suplicy.



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