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Presidente da Telebrás diz que país tem os impostos mais altos do mundo sobre telecomunicações
Ferreira pede redução de impostos
da Sucursal de Brasília
O presidente da Telebrás, Fernando Xavier Ferreira, quer que
a tributação sobre os serviços de
telecomunicação (estimada entre 33% e 38%) seja reduzida.
Ele espera que a cobrança retroativa do ICMS (desde 1993)
sobre a habilitação de linhas telefônicas seja desconsiderada
pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que fará uma reunião extraordinária
na próxima terça-feira para discutir o assunto. A seguir, trechos
da entrevista concedida pelo
presidente da Telebrás à Folha:
Folha - A Telebrás já calculou o
valor da dívida referente ao ICMS
não cobrado sobre a habilitação
de linhas telefônicas?
Fernando Xavier Ferreira -
Não estamos preocupados com
esse passivo porque existe uma
convicção de que a retroatividade é algo que não pode ser admitido. Esse valor não foi calculado.
Folha - O sr. acha que o Confaz
vai rever essa medida?
Ferreira - Acreditamos que
essa decisão merece uma maior
reflexão. O fato de o Confaz ter
decidido se reunir novamente
para discutir a questão é uma demonstração clara nesse sentido.
É muito difícil prever qualquer
decisão do Confaz. Mas julgamos que há elementos fortes para que o assunto receba uma
análise mais profunda.
Folha - Houve alguma reclamação anterior dos Estados?
Ferreira - Há Estados que, no
passado, reivindicaram o recolhimento do ICMS. Mas as "teles" nunca recolheram e sempre
argumentaram juridicamente
contra o recolhimento.
Folha - Qual será o impacto da
cobrança futura do ICMS sobre a
habilitação de linhas ?
Ferreira - A demanda é sensível em relação às tarifas de habilitação. Há algum impacto, mas
não se pode chegar ao extremo
de afirmar que isso inviabilizará
o mercado de telecomunicações.
Não é nada catastrófico, mas é
um impacto indesejável. Temos
os impostos mais altos do mundo, pois é raro encontrar um país
onde a taxação sobre serviços de
telecomunicação ultrapasse 5%.
Uma política que reduza esse imposto vai alavancar o segmento
de telecomunicações, criando
um mercado muito mais rico.
Folha - Após a privatização das
12 holdings, a estatal não será
extinta de imediato. Qual é o
planejamento para a situação?
Ferreira - Acontecendo a privatização, a Telebrás que fica
não é mais uma holding. É apenas uma estatal que sobrou e que
será liquidada, como foram a
Portobrás e a Siderbrás.
(FG)
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