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Seminário no Rio debate modelo asiático de controle de capitais
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de escaparem da crise financeira de 1997 graças em grande parte ao controle que exercem
sobre a entrada e a saída de capitais, a China e a Índia devem resistir à crescente pressão externa para que mudem essa política. É o
que dizem o sociólogo chinês Gao
Xian e o cientista político indiano
Manoranjan Mohanty, participantes do seminário que começa
hoje no Rio de Janeiro.
Principalmente no caso da China, o controle de capitais permitiu
que a moeda nacional, o yuan, se
mantivesse desvalorizada, o que
aumentou suas exportações e reservas -que atingiram neste ano
o recorde de US$ 300 bilhões.
Agora, o país tem sido acusado
de exportar deflação para o resto
do mundo, com seus produtos
baratos. O tema será debatido no
seminário, onde os efeitos das políticas monetárias asiáticas serão
confrontados com o modelo brasileiro -de câmbio livre e nenhum controle sobre a entrada e a
saída de investimentos.
Gao Xian, secretário-geral do
Centro de Estudos do Terceiro
Mundo de Pequim, considera incorreto afirmar que a política
agressiva exporte deflação.
"É verdade que as exportações
chinesas cresceram rapidamente,
mas as importações também cresceram. A principal origem do superávit no balanço de pagamentos [todo o dinheiro que entra no
país, menos o que sai] da China
são os investimentos, e não a balança comercial [exportações menos importações] favorável", disse à Folha.
O indiano Manoranjan Mohanty, professor da Universidade
de Nova Déli, vê a Índia mais frágil para resistir às pressões econômicas externas, principalmente
porque a "guerra contra o terror"
forjou uma aliança entre a atual
coalizão governista, liderada pelos nacionalistas hindus, e George
W. Bush.
(CLAUDIA ANTUNES)
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