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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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Seminário no Rio debate modelo asiático de controle de capitais

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de escaparem da crise financeira de 1997 graças em grande parte ao controle que exercem sobre a entrada e a saída de capitais, a China e a Índia devem resistir à crescente pressão externa para que mudem essa política. É o que dizem o sociólogo chinês Gao Xian e o cientista político indiano Manoranjan Mohanty, participantes do seminário que começa hoje no Rio de Janeiro.
Principalmente no caso da China, o controle de capitais permitiu que a moeda nacional, o yuan, se mantivesse desvalorizada, o que aumentou suas exportações e reservas -que atingiram neste ano o recorde de US$ 300 bilhões.
Agora, o país tem sido acusado de exportar deflação para o resto do mundo, com seus produtos baratos. O tema será debatido no seminário, onde os efeitos das políticas monetárias asiáticas serão confrontados com o modelo brasileiro -de câmbio livre e nenhum controle sobre a entrada e a saída de investimentos.
Gao Xian, secretário-geral do Centro de Estudos do Terceiro Mundo de Pequim, considera incorreto afirmar que a política agressiva exporte deflação.
"É verdade que as exportações chinesas cresceram rapidamente, mas as importações também cresceram. A principal origem do superávit no balanço de pagamentos [todo o dinheiro que entra no país, menos o que sai] da China são os investimentos, e não a balança comercial [exportações menos importações] favorável", disse à Folha.
O indiano Manoranjan Mohanty, professor da Universidade de Nova Déli, vê a Índia mais frágil para resistir às pressões econômicas externas, principalmente porque a "guerra contra o terror" forjou uma aliança entre a atual coalizão governista, liderada pelos nacionalistas hindus, e George W. Bush. (CLAUDIA ANTUNES)


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