São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2005

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PSDB e PFL pedem novo exame de contas eleitorais de Lula de 2002

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes do PSDB e do PFL, senadores Arthur Virgílio (AM) e José Agripino (RN), pediram ontem à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma ação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para investigar as contas da campanha eleitoral para a Presidência em 2002.
A abertura de contas se baseia no depoimento do publicitário Duda Mendonça à CPI dos Correios, no qual afirmou ter recebido R$ 10,5 milhões de caixa dois do PT, por meio de uma empresa offshore nas Bahamas.
Segundo o marqueteiro, a empresa foi criada por exigência do empresário Marcos Valério de Souza, que nega a afirmação e diz que foi Duda quem sugeriu que o pagamento fosse feito no exterior.
O PFL e o PSDB poderiam ter acionado o TSE diretamente, mas não houve consenso interno nos partidos devido ao ônus político do ataque ao presidente Lula.
Os partidos de oposição já decidiram pelo posicionamento público de "não-impeachment". Para responsabilizar Lula diretamente pelo que consideram crimes de financiamento ilegal de campanha, sonegação fiscal e evasão de divisas, Virgílio e Agripino argumentam que Lula assinou sua prestação de contas no TSE pela campanha de 2002. Na verdade, parte das contas da campanha presidencial foram assinadas por Lula e outra parte, pelo deputado José Dirceu (PT-SP).
Ministros e ex-ministros do TSE ouvidos pela Folha disseram serem remotas as chances de reabertura do processo das contas do presidente e que, se isso ocorrer, Lula não será obrigado a entregar documentos que poderiam comprovar o caixa dois. Eles dizem não haver precedentes de reexame de contas depois da aprovação pelo TSE, o que dificultaria a aceitação do pedido da oposição.


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