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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/GUERRA NA CPI
Governistas, no entanto, querem impedir convocações dos dois e do doleiro Toninho da Barcelona; discussão deve atrasar depoimento de Pizzolato
Oposição quer Meirelles e Okamotto na CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição vai tentar aprovar
hoje, na CPI dos Correios, a convocação do doleiro Antonio Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, do presidente
do Banco Central, Henrique Meirelles, e do presidente do Sebrae,
Paulo Okamotto, além da quebra
dos sigilos bancário, fiscal e telefônico deste último.
Os governistas, no entanto, são
contra esses requerimentos, o que
deve gerar debates acalorados na
comissão e atrasar o depoimento
do ex-diretor de Marketing do
Banco do Brasil Henrique Pizzolato, marcado para hoje.
"Vai ser uma guerra", disse o
presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Membros da CPI dos Correios
foram a São Paulo anteontem ouvir Toninho da Barcelona, que está preso, condenado a 25 anos.
Sem apresentar provas, ele disse
ter trabalhado para políticos de
vários partidos em 2002 e 2003.
Ele citou remessas de dinheiro para o exterior do ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) e do presidente do BC. Os dois afirmaram
que as operações foram legais.
"Eles estão trabalhando na lógica da chantagem explícita de alguém que está preso e condenado, interessado em reduzir sua
pena", disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), integrante da CPI.
O foco das investigações voltou-se para remessas de dinheiro para
o exterior desde que o publicitário
Duda Mendonça afirmou ter recebido R$ 10,5 milhões do PT, como pagamento de dívidas da
campanha de 2002, em uma conta
nas Bahamas. Esse dinheiro não
foi contabilizado na prestação de
contas do partido.
Duda trabalhou nas campanhas
vitoriosas de Luiz Inácio Lula da
Silva à Presidência da República e
de Aloizio Mercadante ao Senado
por São Paulo. Perdeu as disputas
pelos governos do Rio de Janeiro,
com Benedita da Silva e de São
Paulo, com José Genoino. Também não conseguiu levar Édson
Santos ao Senado pelo Rio.
O marqueteiro e sua sócia, Zilmar da Silveira, autorizaram ontem a CPI a quebrar seus sigilos
bancário, fiscal e telefônico.
O relator Osmar Serraglio
(PMDB-PR) também pedirá a
quebra dos sigilos das três empresas de Duda e Zilmar. O acesso à
movimentação financeira dos
dois no exterior dependerá de negociação do governo brasileiro
com os EUA e as Bahamas.
Okamotto
Já o interesse da oposição na
convocação do presidente do Sebrae e no acesso a seus dados bancários deve-se ao fato dele ter declarado que pagou um empréstimo de R$ 29,4 mil concedido pelo
PT ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Durante duas semanas o
Palácio do Planalto se recusou a
esclarecer a origem do dinheiro
que quitou a dívida.
Mesmo após a declaração de
Okamotto de que quitou a dívida,
o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) disse que Lula
não tinha qualquer dívida com o
PT e que a cobrança se devia a um
erro na contabilidade do partido.
Pizzolato
O ministro Carlos Ayres Britto,
do Supremo Tribunal Federal, negou ontem o pedido de habeas
corpus feito pelos advogados de
Pizzolato. No pedido, a defesa
buscava garantir o direito ao silêncio e a assistência de advogado
durante o depoimento. Pizzolato,
que além de diretor de marketing
do BB era conselheiro da Previ,
deverá esclarecer o papel dos fundos de pensão na crise.
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