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OFENSIVA
Jaques Wagner atende parlamentares que pedem liberaração de recursos
Governo tenta reconquistar aliados
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deu início ontem à
ofensiva para tentar reerguer sua
base de sustentação política no
Congresso, enfraquecida desde o
estouro do escândalo do "mensalão". O ministro Jaques Wagner
(Relações Institucionais) passou o
dia em uma sala da Câmara atendendo a parlamentares, governadores e prefeitos.
A maior parte dos parlamentares buscava a liberação de recursos do Orçamento federal. Depois
do descongelamento de R$ 1 bilhão do Orçamento anunciado
anteontem pelo governo, Wagner
dispõe de pelo menos R$ 700 milhões para atender às chamadas
emendas parlamentares, que são
obras e investimentos incluídos
por deputados e senadores no Orçamento da União.
Wagner negou que a ação tenha
o objetivo de esfriar as investigações no Congresso. "O presidente
já disse que quer a continuidade
das investigações e que o Brasil
continue funcionando."
Dono de um dos principais orçamentos destinados ao atendimento das emendas parlamentares, o ministro Saraiva Felipe
(Saúde) também esteve no Congresso e disse a deputados que o
dinheiro terá a liberação acelerada. O critério: só serão atendidos
os parlamentares definidos pelo
líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
As emendas são uma das principais reclamações de congressistas
com o governo. Na votação do
Orçamento pelo Congresso, elas
são incluídas, mas nunca são
cumpridas integralmente pelo
Executivo. Os congressistas reclamam que ficam desmoralizados
em seus redutos eleitorais.
Criticadas por seu caráter paternalista e pela exploração eleitoral
que sofrem, as emendas são consideradas legítimas por parte dos
parlamentares. "Esse dinheiro está chegando tarde, porque é obrigação do governo cumprir", disse
o presidente da Câmara, Severino
Cavalcanti (PP-PE).
O valor reservado no Orçamento 2005 para esse fim é pouco superior a R$ 2 bilhões. Desse total,
Wagner disse já haver R$ 365 milhões empenhados (que é quando
o governo assume o compromisso do gasto). Já estariam liberados
para empenho mais R$ 700 milhões -R$ 100 milhões do pacote
descongelado anteontem, R$ 500
milhões do Ministério da Saúde e
R$ 100 milhões do Ministério do
Desenvolvimento Social. Se isso
se confirmar, o empenho chegaria
a 50% do total.
Wagner disse ter negociado
com Lula uma forma de que haja
definição do volume de emendas
parlamentares que serão pagas
como forma de que elas não sejam usadas como moeda de troca.
"A conversa com o ministro é
sobre estruturação do país e atendimento das bases através de um
dinheiro que foi represado", disse
o deputado Vitorassi (PT-PR).
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