São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2005

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ESTADO EM CRISE

Afastamento do governador de Rondônia, porém, foi rejeitado

STJ abre ação penal contra Cassol

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA AGÊNCIA FOLHA

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) abriu ação penal contra o governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), para apurar suspeita de que ele tenha participado de esquema de fraude a licitações públicas em Rolim de Moura (RO) quando era prefeito dessa cidade, de 1999 a 2002.
A denúncia do Ministério Público foi recebida por decisão unânime da Corte Especial do STJ, mas a maioria dos ministros decidiu, em votação apertada, que ele deve permanecer no cargo durante o processo. O afastamento foi rejeitado por dez votos contra oito.
A defesa de Cassol argumentou que a ação penal não poderia ser aberta antes da conclusão de um processo administrativo no Ministério da Integração Nacional.
O relator, ministro Carlos Alberto Menezes Direito, disse que a existência de indícios de prática de crime é suficiente para abrir a ação. "A denúncia mostra que as irregularidades são flagrantes e a documentação anexada nos autos do processo são suficientes para enfrentar as alegações postas pela defesa, particularmente em se tratando do artigo 90 da lei 8.666/93 [Lei de Licitações]."
A ação envolve outras oito pessoas, dirigentes de empresas supostamente beneficiadas em licitações. Segundo a denúncia, elas se revezavam na execução de obras contratadas pela prefeitura.
Entre 1998 e 2001, elas venceram 22 das 29 licitações realizadas, recebendo 92,3% do total das concorrências. De 2001 a 2002, elas teriam vencido 34 das 55 licitações, ficando com 81,83% dos recursos.

Outro lado
Ivo Cassol negou, por meio de sua Secretaria de Comunicação, ter cometido irregularidades no mandato de prefeito em Rolim de Moura e classificou a decisão do STJ de "normal e justa".
"Terei tempo para me defender, como qualquer cidadão, e provar que não cometi nenhuma irregularidade", afirmou o governador.
Cassol afirmou ainda, segundo o secretário de comunicação do governo, Sérgio Pires, que as acusações não têm embasamento e que ele poderá provar que o processo movido pelo Ministério Público não tem fundamento.
A subprocuradora-geral da República Deborah Macedo Duprat Pereira, autora da denúncia ao STJ contra Cassol, disse que "até agora não há nenhum elemento que possibilite concluir que a permanência [dele no cargo] possa prejudicar a colheita da prova".


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