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Estudantes do Piauí fazem ato contra Philips; "Cansei" critica o governo no Sul
Wagner Santos/"Diário do Povo"
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Em Teresina, manifestantes quebram televisão em protesto contra presidente da Philips |
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
No dia em que o presidente
da Philips, Paulo Zottolo, disse ao governador Wellington
Dias (PT) que deverá ir ao
Piauí, estudantes quebraram
dois aparelhos da marca durante manifestação em Teresina para protestar contra declarações do empresário. Anteontem, Zottolo, também
uma das lideranças do "Cansei", havia feito declarações
negativas sobre o Estado.
Manifestações também
ocorreram no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre,
mas feitas por cerca de 250
pessoas que aderiram ao
"Cansei" na capital gaúcha
-entre elas familiares das vítimas do acidente com o Airbus-A320 da TAM- e tendo
como foco o governo federal.
Em entrevista ao jornal
"Valor Econômico", Zottolo
disse que "não se pode pensar
que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto
tanto fez". Depois pediu desculpas pela declaração.
Ontem, por telefone, Zottolo conversou com Dias e disse
que deve ir ao Piauí, possivelmente no dia 28. O relato da
conversa foi feito pela Secretaria de Comunicação do governo. A Philips, por meio de
sua assessoria, confirmou a
intenção do executivo.
Em uma praça em Teresina, cerca de 50 manifestantes
protestaram contra as declarações de Zottolo. Uma TV e
um receptor de sinal fabricados pela empresa foram destruídos. Nota de repúdio ao
executivo foi distribuída. Um
trecho do texto, assinado por
entidades como UJS (União
da Juventude Socialista),
UNE e UBES, diz que foi "demonstração clara do preconceito que a elite paulistana
tem contra nordestinos".
Porto Alegre
No aeroporto, depois de fazerem um minuto de silêncio
e cantarem os hinos do Brasil
e do Rio Grande do Sul, manifestantes se revezaram em
um microfone.
Após cinco pessoas do movimento se pronunciarem,
uma mulher pegou o microfone e criticou o "Cansei", chamando-o de "elitista". Maria
Auxiliadora Pinho de Carvalho, 49, industriária, foi vaiada e retirada do local.
Antes da confusão, manifestantes seguravam cartazes, em silêncio. Entre eles,
Eliane Mello, 40, chef de cozinha, que perdeu o marido,
Andrei François Mello, 42, na
tragédia. "Ele foi assassinado", disse. O corpo de seu marido é um dos cinco que ainda
não foram identificados.
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