São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

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Estudantes do Piauí fazem ato contra Philips; "Cansei" critica o governo no Sul

Wagner Santos/"Diário do Povo"
Em Teresina, manifestantes quebram televisão em protesto contra presidente da Philips


JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

No dia em que o presidente da Philips, Paulo Zottolo, disse ao governador Wellington Dias (PT) que deverá ir ao Piauí, estudantes quebraram dois aparelhos da marca durante manifestação em Teresina para protestar contra declarações do empresário. Anteontem, Zottolo, também uma das lideranças do "Cansei", havia feito declarações negativas sobre o Estado.
Manifestações também ocorreram no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, mas feitas por cerca de 250 pessoas que aderiram ao "Cansei" na capital gaúcha -entre elas familiares das vítimas do acidente com o Airbus-A320 da TAM- e tendo como foco o governo federal.
Em entrevista ao jornal "Valor Econômico", Zottolo disse que "não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez". Depois pediu desculpas pela declaração.
Ontem, por telefone, Zottolo conversou com Dias e disse que deve ir ao Piauí, possivelmente no dia 28. O relato da conversa foi feito pela Secretaria de Comunicação do governo. A Philips, por meio de sua assessoria, confirmou a intenção do executivo.
Em uma praça em Teresina, cerca de 50 manifestantes protestaram contra as declarações de Zottolo. Uma TV e um receptor de sinal fabricados pela empresa foram destruídos. Nota de repúdio ao executivo foi distribuída. Um trecho do texto, assinado por entidades como UJS (União da Juventude Socialista), UNE e UBES, diz que foi "demonstração clara do preconceito que a elite paulistana tem contra nordestinos".

Porto Alegre
No aeroporto, depois de fazerem um minuto de silêncio e cantarem os hinos do Brasil e do Rio Grande do Sul, manifestantes se revezaram em um microfone.
Após cinco pessoas do movimento se pronunciarem, uma mulher pegou o microfone e criticou o "Cansei", chamando-o de "elitista". Maria Auxiliadora Pinho de Carvalho, 49, industriária, foi vaiada e retirada do local.
Antes da confusão, manifestantes seguravam cartazes, em silêncio. Entre eles, Eliane Mello, 40, chef de cozinha, que perdeu o marido, Andrei François Mello, 42, na tragédia. "Ele foi assassinado", disse. O corpo de seu marido é um dos cinco que ainda não foram identificados.


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