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Lula diz que evita reportagens que tenham "veneno" contra o governo
Afirmação foi feita no Rio, durante jantar com a família de Chico Buarque
LUIZ FERNANDO VIANNA
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que evita ler algumas reportagens e colunas
de jornal que contenham "veneno" e possam "contaminar" a
confiança que ele tem no trabalho de seu governo.
Os comentários foram feitos
em jantar com a família de Chico Buarque, anteontem à noite,
no apartamento da mãe do
compositor, em Copacabana.
Lula se mostrou bem-humorado, segundo relato de participantes, e jantou macarronada.
Ele citou como exemplo de
"veneno" o artigo do psicanalista Francisco Daudt, publicado
na Folha de 19 de julho, em que
o governo era chamado de assassino e criminoso devido ao
desastre com o avião da TAM.
Lula não se mostrou preocupado com as turbulências financeiras internacionais e disse ter "libertado" o país do FMI
(Fundo Monetário Internacional). Também não comentou
as vaias recebidas à tarde, em
Campos (norte fluminense).
"Parece que ele queria desopilar", afirmou um dos presentes.
Lula estava com Luiz Dulci,
ministro-chefe da Secretaria
Geral da Presidência. Da família Buarque, participaram Chico, sua irmã Ana de Holanda,
três filhos da cantora Cristina
Buarque e a matriarca Maria
Amélia, 97. Brincando, o presidente lançou a candidatura de
Memélia, como é conhecida, à
sua sucessão em 2010, quando
ela completará 100 anos. "Ele
estava muito solto. É um amigo
de 30 anos", disse ela, ontem.
Memélia e seu marido, o historiador Sérgio Buarque de
Holanda (1902-1982), ajudaram a fundar o PT em 1980.
Lembranças de Sérgio ocuparam parte das conversas do
jantar, que durou cerca de duas
horas. Lula falou com Chico sobre futebol e lamentou não jogar mais na Granja do Torto.
Antes do jantar, Lula esteve
com Renée de Carvalho, 82,
viúva do líder comunista Apolônio de Carvalho (1912-2005)
no Leblon (zona sul). Na saída,
foi aplaudido e vaiado. Amigo
de Apolônio desde a criação do
PT, ele já havia visitado Renée
após ser eleito, em 2002.
A visita durou cerca de 40
minutos. "Além da honra que o
presidente me fez, valeu sobretudo a alegria de receber um
velho amigo de sempre."
Renée comentou as vaias recebidas por Lula na saída de
seu apartamento. "Foi uma
coisa muito de leve. Havia, por
outro lado, um varredor da
Comlurb e outras pessoas que
o aplaudiram", declarou.
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