São Paulo, terça, 18 de agosto de 1998

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PAINEL

Calcanhar-de-aquiles
Se a crise russa contaminar a América Latina, um dos berços dos países ditos emergentes, a campanha de FHC deve reforçar a tática sintetizada em uma frase do jingle do presidente: "(Fernando Henrique) é pulso firme nesse período turbulento".

Será que cola?
Uma crise econômica internacional que afete o Real é o grande temor eleitoral de FHC. Se a turbulência na Rússia bater no Brasil, o presidente tentará se vender como o único candidato capaz de enfrentar o problema.

Cerco federal
O comitê de FHC está monitorando todos os passos de Lula. Antes e depois de cada viagem do petista, o eleitorado da região visitada é pesquisado por telefone. Na semana passada, detectou ligeira alta de Lula em PE.


Trator reeleitoral
Na reunião de avaliação semanal que é feita no comitê de FHC, Euclides Scalco mostrou ontem pesquisa que dá o presidente empatado com Lula no Rio e apenas um ponto atrás no Rio Grande do Sul. Ele perdia feio nos dois Estados.

Alçapão nordestino
A avaliação do comitê reeleitoral é que FHC ganha a eleição em todos os Estados, menos no Ceará e, talvez, Alagoas, onde Ciro Gomes (PPS) e Collor (PRN) estão muito à frente. A dúvida é se Collor, que será impugnado, transfere votos.

Capital do B
Empresários de Marília e Bauru que faliram levam apoio hoje a Lula, que apresentará sua proposta de política industrial em São Paulo. Uma entidade de pequenas e médias empresas argentinas, a Apyme, também.


Sutil demais
A presença de FHC ontem na festa para Montoro foi vendida pelos covistas como sinal de apoio ao governador mais do que ao próprio homenageado.

Baixando a bola
De Euclides Scalco, tentando conter a euforia dos representantes partidários no comitê reeleitoral em relação ao desempenho de FHC nas pesquisas: "Eleição se ganha no dia e se comemora no dia seguinte".


Segunda classe
O PPB, aliado de FHC na eleição presidencial, reclamou da viagem do presidente a São Luís (MA) ao lado de Roseana Sarney. O partido disputa o governo estadual com candidato próprio e acha que foi prejudicado.

Propaganda malufista 1
No seu 1º comercial de TV, hoje, Maluf aborda a gestão Pitta e defende o prefeito de críticas. Admite que ele começou mal, mas enfatiza: "Está melhorando e vai melhorar mais ainda".


Propaganda malufista 2
Maluf (PPB) quer se adiantar às críticas mais fortes que seus adversários deverão fazer, o que é uma estratégia típica das campanhas de Duda Mendonça. O marketeiro se antecipa, buscando esvaziar as acusações.

Sátira política
Criadores do troféu "Porcolino", os artistas Wágner Sugamele e Cacá Rosset lançaram mais dois prêmios. O "Asno de Ouro", para quem disser mais besteiras. E o "Óleo de Peroba", que já é de FHC, pelos outdoors com Covas e Maluf.

Palavra oficial
O Ministério dos Transportes diz que não há decisão de interferir em concessões de estradas que o governo do PR deu a empresas. Afirma que comissão estuda o tema. A assessoria de Padilha diz que ele nunca chamou Lerner de "idiota apalermado", como espalha Requião.

Melô petista
Refrão do jingle de Marta Suplicy (PT-SP): "Marta é coragem, é o novo, é a tradição. Marta traz bagagens de estrelinhas brilhando na palma da mão". A música é de Hilton Accioly, o autor do "Lula-lá".

Visita à Folha
O historiador inglês Peter Burke visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de sua mulher, Maria Lúcia Pallares-Burke, professora da Faculdade de Educação da USP.
TIROTEIO

De José Aníbal (PSDB-SP), ironizando o material de campanha de Delfim (PPB-SP):
- O Delfim está tão entusiasmado com o Covas que usa placas com layout no mesmo estilo do governo do Estado.

CONTRAPONTO

Culinária eleitoral
Candidato a deputado estadual pelo PSDB em 90, Getúlio Hanashiro, que hoje tenta se eleger pelo PMDB, foi a uma feijoada na Barra Funda, em São Paulo.
Ao chegar ao evento, o candidato percebeu que entrara em uma fria. A comida era preparada no fundo de uma borracharia em condições, no mínimo, pouco assépticas.
O cozinheiro, um grandalhão de camiseta regata, suava em cima das panelas. Hanashiro e seu assessor Alexandre Motonaga, o "China", não conseguiram disfarçar o incômodo.
O cozinheiro ainda brincou:
- Isso é para dar um temperinho, doutor...
Hanashiro não perdeu tempo:
- Eu acabei de chegar de dois almoços. Só vim cumprimentá-los...
E, em seguida, completou, apontando para o assessor:
- Mas o China tá morrendo de fome!
Sem saída, o assessor comeu a feijoada. E Hanashiro se elegeu.

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