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INTEGRAÇÃO
Custo da mobilização anti-Alca ficou em cerca de R$ 180 mil; policiamento foi reforçado diante da Embaixada dos EUA
Manifestação reúne 1.800 em Brasília
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cerca de 1.800 pessoas, segundo
a Polícia Militar, participaram ontem à tarde da marcha em Brasília
realizada após a divulgação dos
resultados do plebiscito sobre a
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas). Os organizadores dizem que foram 3.000.
Militantes políticos, sindicalistas, sem-terra e estudantes foram
da Catedral de Brasília até o Planalto, passando pela Embaixada
dos Estados Unidos, Congresso e
Supremo Tribunal Federal.
O policiamento foi reforçado
em frente à embaixada, mas não
houve tumulto. Os organizadores
apenas anunciaram o resultado
do plebiscito em cima de um carro de som, discursaram e prometeram entregar um documento à
embaixadora Donna Hrinak.
O custo da mobilização ficou
em cerca de R$ 180 mil. O maior
gasto -cerca de R$ 125 mil, com
o transporte dos manifestantes-
foi descentralizado. As despesas
foram cobertas por sindicatos e
entidades de todo o país.
As entidades que organizaram o
plebiscito cobriram as despesas
em Brasília. O aluguel do centro
de exposições Expo Brasília, do
governo do Distrito Federal, custou R$ 19 mil. Ali os manifestantes
dormiram e fizeram as refeições.
A alimentação custou R$ 14 mil.
Os membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) preferiram cozinhar. Beth
Carvalho faria um show à noite.
Militantes
Sindicalistas de Jacareí (SP) enfrentaram 16 horas de ônibus para
participar da marcha. O metalúrgico José Donizete Almeida, 45,
vestindo uma camiseta do PSTU,
disse que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
pagou R$ 10 mil pelo aluguel de
dois ônibus.
O sem-terra Ismael Albino, 38,
viajou 24 horas de um assentamento em Ponta Grossa até Brasília. Ele afirmou que os Estados
Unidos querem a Alca para manter a sua política de subsídios aos
seus produtos agrícolas.
Solano Teodoro, 21, militante
do PT, tentava explicar por que o
seu partido não apoiou o plebiscito. "Foi uma posição eleitoreira,
porque há muito preconceito
contra o Lula. Mas no governo ele
será contra a Alca."
Com vestimenta punk, um militante de Divinópolis (MG), que se
apresentou como Caveira, trazia
um cartaz: "Fuck you Bush, porco
capitalista". Ele afirmou que a sua
luta é por toda a América Latina.
"Sem o Brasil, não há Alca na
América, flagra?"
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