|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça recebe ação contra aliados de Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador da República
Luiz Francisco de Souza protocolou ontem na Justiça Federal ação
contra três aliados do presidenciável José Serra (PSDB-PMDB),
sob a acusação de lesar os cofres
do Banco do Brasil em "perdões
escandalosos".
Na ação, também assinada pelo
procurador Alexandre Camanho,
Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanhas de Serra),
Gregorio Marin Preciado (ex-sócio do tucano e seu contraparente) e Vladimir Rioli (também ex-sócio do presidenciável) são
apontados como os principais
responsáveis pelo prejuízo ao BB.
Reportagem da Folha publicada em maio revelou que duas empresas de Preciado, a Gremafer e a
Aceto, foram beneficiadas no
Banco do Brasil por uma redução
de dívida de R$ 73,7 milhões. A
decisão, tomada pela diretoria colegiada do banco, contou com voto favorável de Ricardo Sérgio.
No Banespa, a Gremafer também obteve empréstimos quando
Rioli ocupava a vice-presidência
de operações, cargo que teria obtido graças à influência de Serra,
segundo Luiz Francisco.
Contra o próprio Serra, o procurador disse não ter provas de
seu envolvimento nas irregularidades. "A verdade é que não tenho nada diretamente contra ele.
Apenas indícios de um favorecimento oblíquo. Mas ele poderá virar réu na ação se conseguirmos
ampliar esses indícios", disse.
O procurador espera obter provas contra Serra a partir da quebra dos sigilos bancário e fiscal, de
1993 a 2002, de: Ricardo Sérgio,
Preciado, Rioli, Gremafer, Aceto,
Edson Soares Ferreira (ex-diretor
do BB), Ronaldo de Souza (possível procurador de Ricardo Sérgio)
e de quatro empresas. A quebra
dos sigilos foi pedida na ação.
Luiz Francisco também relacionou algumas doações recebidas
pelo comitê eleitoral de Serra em
1994 para reforçar as ligações entre o presidenciável e as pessoas e
empresas denunciadas ontem.
O procurador voltou a dizer que
não tem a intenção de prejudicar
nem de favorecer candidatos. "E
se esperasse o fim da eleição para
denunciar, não estaria sendo parcial?", questionou Luiz Francisco
Ao todo, foram denunciadas 18
pessoas físicas e jurídicas: Ricardo
Sérgio de Oliveira, Gregorio Marin Preciado, Vladimir Antonio
Rioli, Gremafer Comercial e Importadora, Aceto Vidros e Cristais, Paulo César Ximenes, Cláudio Ness Mauch, José Pinto dos
Santos Neto, Edson Soares Ferreira, Luiz Fernando Bonfim, Rivoli
Participações, La Fonte Telecom,
Planefin, Consultatum, Antares
Participações, Antar Ventures Invesments, 141 Participações e Ronaldo de Souza.
Ferreira afirmou ontem "que
não houve decisão individual".
Ximenes disse que o procurador
terá uma resposta judicial. "Vamos nos defender na Justiça com
a tranquilidade do dever cumprido." Afirmou que as decisões tomadas pelos dirigentes do BB na
época tiveram o objetivo de assegurar os direitos da instituição.
Rioli disse ontem que não conhecia a ação e por isso não se manifestaria sobre o assunto.
Procurados pela Folha, Gregorio Marin Preciado, Ricardo Sérgio e os demais citados não foram
encontrados ontem à noite.
Texto Anterior: Tucano diz temer que Lula vença no 1º turno Próximo Texto: Luiz Francisco é "petista de alma", afirma tucano Índice
|