SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de evitar o rótulo de candidato dos evangélicos, o presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, recebeu ontem em Goiânia o apoio da "ala evangélica" do PMDB-GO, liderada pelo deputado federal Euler Morais.
Em um ato político, com direito a citações a Deus e alguns gritos de aleluia, Garotinho recebeu também o apoio de Iris de Araújo Rezende (PMDB), suplente do senador Maguito Vilela (PMDB-GO), que disputa o governo de Goiás. Ela é mulher do senador Iris Rezende (PMDB-GO).
"Quando comuniquei ao senador [Iris Rezende] que iria anunciar à imprensa meu apoio a Garotinho, ele disse: "Mulher, faça como quiser'", disse Iris, que afirmou ter conhecido o ex-governador do Rio há três anos em evento evangélico em Goiânia.
Apesar de não ter participado do evento, Maguito Vilela era um nome presente no auditório da Assembléia Legislativa de Goiás, onde aconteceu o evento. Além de Euler Morais, que coordena sua campanha ao governo, e da presença de sua suplente, o deputado estadual Gilberto Naves (PMDB) e Wolnei Siqueira, aliados locais de Vilela, participaram do evento.
Segundo Morais, o apoio dado a Garotinho pelos peemedebistas é pessoal e não envolve o partido. Ele admite, no entanto, que a aproximação pode abrir um espaço para um apoio recíproco em um eventual segundo turno.
"O apoio [dos peemedebistas] é muito importante, mas o segundo turno é outra história", disse Garotinho. Ele estava acompanhado da candidata de sua coligação ao governo do Estado, a pastora Alba Célia (PGT), que assumiu a disputa após a renúncia do também pastor Valdivino Borges (PSB). Em seu discurso, Garotinho disse que Alba "tem consciência de sua missão", ao disputar a eleição.
Pouco antes de Garotinho deixar a cidade, Maguito Vilela telefonou para o presidenciável. Segundo Garotinho, o senador teria apenas justificado sua ausência e um eventual apoio teria ficado de fora da conversa.
Vilela disputa o governo de Goiás com o atual governador, Marconi Perillo (PSDB), que lidera as pesquisas. O senador foi contra a coligação nacional com os tucanos, de quem é adversário no Estado.
Em um comício relâmpago feito na região de comércio popular em Goiânia, Garotinho pediu o voto do indecisos, disse que irá para o segundo turno e voltou a atacar os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e José Serra (PSDB).
Segundo Garotinho, Serra faz parte de um governo que produziu 11 milhões de desempregados e Lula recebe mesada do PT há 12 anos e não trabalha.


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