São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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Para Ciro, Serra tenta vincular a Frente a ataques contra petista

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, acusou José Serra (PSDB) de tentar atribuir à Frente Trabalhista as críticas que o partido do tucano fez ontem a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no horário eleitoral gratuito.
"Foi fascista de novo pela forma de fazer. Faz ataque ao Lula, manipulando imagens do José Dirceu, sem assinar. Grudando ali, no meu programa, para parecer a um espectador incauto que talvez aquele ataque esteja sendo feito pelo nosso programa", declarou. "Isso é ilegal e é fascismo."
Ciro referia-se a discurso gravado de Dirceu em que o petista afirma que "eles [o governo] têm de apanhar nas ruas e nas urnas". Logo depois, o PSDB exibe cenas em que o governador Mário Covas, já morto, é agredido em uma greve de professores. ""Esse é o PT que você não vê na TV", diz.
À tarde, as imagens foram apresentadas pouco antes do início do programa em bloco da Frente.
Einhart Jácome da Paz, marqueteiro do pepessista, declarou que os advogados da coligação solicitarão à Justiça Eleitoral que o spot tucano seja assinado de maneira mais explícita. Torquato Jardim, um dos advogados da aliança, disse que ainda não havia visto as imagens e que, por isso, não saberia informar qual seria o procedimento adotado no caso.
Ontem Ciro repetiu pelo menos nove vezes que sua candidatura representa uma opção ao "continuísmo piorado" representado por Serra e ao "precipício" e à "insegurança" personificada por Lula. Apelou até mesmo ao discurso da instabilidade econômica de que sempre reclamou ser vítima para criticar o petista.
Citou também as administrações do PT como exemplos negativos do que seria um eventual governo administrado por Lula.
"As experiências concretas do PT não nos autorizam a ter a menor segurança de que a economia brasileira não vá degringolar de uma vez por todas, uma vez ele [Lula] assumindo o poder."
Dizendo-se vítima de censura, mas ""entusiasmado", chegou a declarar esperar que Deus abençoe os eleitores para que percebam ser dele a melhor proposta.
"Como tenho uma proposta alternativa, uma vida limpa, experiência, trata-se de insistir para mostrar isso ao povo brasileiro e esperar que Deus vá abençoar. E o povo brasileiro vai ver isso. Não tenho a menor dúvida."
Ele ainda negou a existência de defecções em sua campanha. "Nenhuma que eu tenha notado."
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, decidiu ficar no Rio nesta reta final de campanha, para priorizar sua candidatura ao Senado.


Colaborou a Sucursal do Rio



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