RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

José Serra, candidato do PSDB à sucessão paulistana, disse ontem que a Prefeitura de São Paulo é "uma grande caixa-preta". Segundo ele, a administração de Marta Suplicy (PT), sua principal adversária, não dá transparência à aplicação dos recursos.
"A prefeitura é uma grande caixa-preta. Ou melhor, um montão de caixinhas-pretas. Caixa pode dar a impressão de que é um todo integrado. Não é nem isso. São caixinhas", afirmou o candidato.
Citou como exemplo os programas de transferência de renda: "Não se sabe quem recebe, quem não recebe. É uma coisa inteiramente anárquica". A campanha de Marta preferiu não comentar.
Serra, que participou ontem de ciclo promovido pelo jornal "O Estado de S. Paulo", disse ainda que, se for eleito, irá rever os contratos assinados por Marta. "Não vou parar para fazer auditoria, mas vou revisar todos os contratos e jogar os preços para baixo."
Em três momentos da sabatina, Serra criticou a prefeita usando o tradicional slogan petista "sem medo de ser feliz". Num deles, quando acusava Marta de "lotear" as subprefeituras, afirmou:
"O PT chegou ao poder para renovar os costumes na política brasileira. A única coisa que fez foi fortalecer os velhos costumes, de maneira desinibida, sem medo de ser feliz. Sem medo de ser feliz usando a máquina, sem medo de ser feliz voltando aos piores procedimentos da política".
Em resposta à prefeita, que havia dito que Serra não tem propostas, afirmou que vai apresentar um programa de governo "concreto" antes de 3 de outubro.
Em tom descontraído, disse não se sentir incomodado com o apelido vampiro, pelo qual já foi chamado por Marta e Paulo Maluf (PP): "Não tenho culpa de ser do time dos que têm pele mais clara".


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